Francisco fala num “processo de morte” que alimenta a “cultura de morte” da criminalidade organizada, desfazendo a coexistência social
Agência Ecclesia
O Papa Francisco denunciou a corrupção e a linguagem de morte das várias máfias, num texto divulgado, nesta quinta-feira, 15, pelo Vaticano.
O prefácio do livro-entrevista “Corrupção”, do cardeal Peter Turkson, um dos mais diretos colaboradores do pontífice, sublinha que esta é uma “forma de blasfêmia”, “a arma, a linguagem mais comum das máfias”.
Francisco fala num “processo de morte” que alimenta a “cultura de morte” da criminalidade organizada, desfazendo a coexistência social.
A obra do prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé) é apresentada no dia em que começa, no Vaticano, um colóquio internacional sobre o tema da corrupção.
O Papa desenvolve uma reflexão ligada às consequências sociais da corrupção e à dimensão interior desta realidade, em cada pessoa.
As consequências, acrescenta, passam pela “incúria da cidade, dos bens comuns, da natureza” e pela perda do sentido do mal.
Francisco defende que cristãos e não cristãos podem unir-se, como “flocos de neves”, para gerar a “avalanche de um novo humanismo”.
O debate internacional sobre a corrupção, esta quinta-feira, reúne responsáveis de várias Igrejas, de instituições judiciais e da sociedade civil.
A iniciativa tem organização do novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, em colaboração com a Academia Pontifícia das Ciências Sociais.
“Trata-se da primeira reunião de um grupo internacional para refletir sobre esta problemática global [corrupção], também nas suas ligações com o crime organizado e as máfias”, sublinha uma nota de imprensa divulgada pelo Vaticano.
O grupo reúne organizações cristãs e de outras religiões, magistrados, forças policiais, movimentos e organizações civis, vítimas de crimes, jornalistas e intelectuais.