Francisco rezou pelos filhos de pais corruptos, que alimentam suas crianças com “pão sujo”
Da Redação, com Rádio Vaticano
Na Missa desta sexta-feira, 8, na Casa Santa Marta, Papa Francisco rezou pelos jovens que recebem de seus pais “pão sujo”, fruto de corrupção, e têm fome de dignidade, porque o trabalho desonesto tira a dignidade.
A parábola do administrador desonesto deu a oportunidade ao Pontífice para falar do “espírito do mundo”, de quanto age a mundanidade e como é perigosa. Ele recordou como Jesus rezava ao Pai para livrar seus discípulos da mundanidade.
“E este administrador é um exemplo de mundanidade. Alguém poderá dizer: ‘Mas este homem fez o que todos fizeram!’ Mas todos , não! Alguns administradores, administradores de empresas, administradores públicos, alguns administradores do governo…Talvez não são tantos. Mas é um pouco aquela atitude do caminho mais curto, mais cômodo para ganhar a vida”.
Na parábola, o patrão admirou o administrador desonesto pela sua astúcia. Segundo o Papa, é um elogio ao suborno, uma prática mundana e pecadora, que não vem de Deus.
“Deus nos mandou levar o pão pra casa com nosso trabalho honesto! E este homem, administrador, levava-o como? Dava de comer aos seus filhos pão sujo! E os seus filhos, talvez educados em colégios caros, talvez crescidos em ambientes cultos, tinham recebido de seu pai como alimento sujeira, porque o seu pai, levando pra casa pão sujo, tinha perdido a dignidade! E este é um pecado grave! Porque se inicia talvez com um pequeno suborno, mas é como a droga, né!”.
Francisco afirmou então que esta atitude de suborno torna-se uma dependência. Mas lembrou que se há uma “esperteza mundana”, há também uma “esperteza cristã” de fazer as coisas não com o espírito do mundo, mas honestamente. É o que diz Jesus quando convida o homem a ser astuto como as serpentes e simples como as pombas: colocar sempre junto estas duas dimensões “é uma graça do Espírito Santo”, um dom que se deve pedir.
“Talvez hoje nos fará bem rezar por tantas crianças que recebem de seus pais pão sujo: também estes estão famintos, têm fome de dignidade! (…) Esta pobre gente que perdeu a dignidade nas práticas do suborno leva consigo não o dinheiro que ganhou, mas a falta de dignidade! Rezemos por eles!”.