Cerca de 250 milhões de crianças não têm instrução por causa de guerras, migrações e pobreza, lembra o Papa; ele pede orações pelo direito à educação também das crianças e jovens afetados por essas realidades
Da Redação, com O Vídeo do Papa
O primeiro “O Video do Papa” de 2025 foi divulgado nesta quinta-feira, 2, trazendo a intenção de oração do Pontífice para o mês de janeiro. Francisco reza pelo direito à educação, especialmente na realidade dos migrantes, refugiados e pessoas afetadas pela guerra.
“Hoje, vivemos uma ‘catástrofe educativa’. E não é exagero”, pondera o Papa. Ele enfatiza o triste dado de que cerca de 250 milhões de crianças não têm instrução por causa das guerras, das migrações e da pobreza. “Todas as crianças e jovens têm direito a ir à escola, não importa a sua situação migratória”, frisa.
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O Papa ressalta que a educação é uma esperança para todos: pode salvar os migrantes, os refugiados da discriminação, das redes de delinquência e da exploração. É uma forma de ajudá-los a se integrarem nas comunidades que os acolhem.
“A educação abre-nos as portas a um futuro melhor. E assim, os migrantes e refugiados podem contribuir para a sociedade, seja no seu novo país, seja no seu país de origem, se decidirem regressar.”
Migrantes e refugiados no coração do Papa
A preocupação pelos migrantes e refugiados é um dos temas principais no pontificado de Francisco.
O Santo Padre já dedicou diversas intenções de oração à crise migratória, um dos maiores desafios dos tempos atuais. A mais recente foi em junho de 2024, quando pediu orações “para que os migrantes que fogem da guerra ou da fome, forçados a viagens cheias de perigo e violência, encontrem acolhimento e novas oportunidades de vida nos países que os recebem”.
Em seu pontificado, Francisco enfatiza quatro ações básicas nesta área: acolher, proteger, promover e integrar os migrantes e refugiados. Um apelo por eles também aparece na bula de convocação do Jubileu 2025: “Não poderão faltar sinais de esperança em relação aos migrantes”, expressa o Papa no documento.
O auxílio da Igreja
O Vídeo do Papa, neste mês de janeiro, testemunha o compromisso da Igreja na linha da frente para lhes garantir a educação, mesmo nos contextos mais complicados. Há centros educativos promovidos pela Fundação AVSI para crianças refugiadas – na sua maioria, da Síria – na Jordânia e no Líbano. Há escolas salesianas em Palabek, no Uganda, onde 60% dos migrantes provenientes do Sudão do Sul têm menos de 13 anos. Há o Instituto Madre Asunta, em Tijuana, na fronteira entre o México e os Estados Unidos, dirigido pela família scalabriniana, frequentado por menores procedentes de vários países da América Latina.
Há ainda o compromisso, em diversos continentes, do JRS, o Serviço Jesuíta aos Refugiados, presente também no este do Chade, junto de gerações inteiras nascidas e criadas nos campos de refugiados. Há os voluntários da Associação Papa João XXIII, que acompanham, nos estudos, os menores chegados à Grécia e à Itália através das rotas migratórias.
Também não faltam os esforços das organizações internacionais, como a Unicef, presente com projetos educativos em numeroso países de acolhimento; por essa razão, nos últimos anos, muitas crianças que fugiram à guerra na Ucrânia puderam aprender idiomas nos países onde residem.