A iniciativa faz parte dos trabalhos da “Comissão para o pós-Covid”, instituida recentemente pelo Pontífice justamente para estudar os efeitos da pandemia
Da Redação, Vicariato de Roma
O Papa Francisco criou um Fundo, para a Diocese de Roma, de auxílio emergencial aos trabalhadores afetados pela pandemia. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 9, pelo Cardeal Vigário, Dom Angelo de Donatis, a quem o Papa enviou uma carta descrevendo os motivos da criação. A Instituição que terá como nome “Jesus Divino Trabalhador”, receberá um milhão de euros, como primeira doação do Papa.
A iniciativa faz parte dos trabalhos da “Comissão para o pós-Covid”, instituída, recentemente, pelo Pontífice, justamente para estudar os efeitos da pandemia. Com este fundo, o Papa pretende “restituir a dignidade do trabalho para aquela “grande fileira de trabalhadores ocasionais”, com contratos não renovados ou pagos por hora. São eles: estagiários, trabalhadores domésticos, pequenos empresários, autônomos. Entre estes, constata o Papa, “muitos são pais e mães de família que, com dificuldade, lutam para pôr à mesa os filhos e garantir a eles o mínimo necessário”.
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O Papa destaca que o momento em que estamos vivendo, além de trazer sofrimento e preocupação, está minando o tecido social devido à grave crise. “Alegra-me pensar que possa se tornar uma verdadeira aliança por Roma em que cada um, segundo seu papel, sinta-se protagonista do renascimento da nossa comunidade depois da crise”, afirma Francisco.
O Papa reconhece a ação de um “grande número de pessoas que, nesses dias, arregaçou as mangas” para ajudar e amparar os mais fracos, como demonstra o aumento das doações para quem assiste os doentes e os pobres. Francisco citou também as manifestações de solidariedade da população, como os aplausos dos romanos nas janelas e balcões aos médicos e agentes de saúde ou os cantos para romper a solidão. Exemplos não de uma emoção passageira, mas de pessoas que querem agir pelo bem comum.
Todos são chamados a colaborar
O Pontífice se dirige também aos representantes da sociedade civil, que são chamados “a ouvir estes pedidos e transformá-los em políticas e ações concretas pelo bem da cidade”. Políticas que tutelem sobretudo quem corre o risco de permanecer excluído das medidas institucionais.
Uma palavra de encorajamento vai também aos sacerdotes, para que sejam “os primeiros a contribuir com o Fundo” e sejam seus apoiadores mais entusiastas. Por fim, o pedido é dirigido ao “bom coração dos romanos”, para que não compartilhem somente o supérfluo. “Gostaria de ver florescer na nossa cidade a solidariedade.”
A gratidão do cardeal
Ao definir-se “profundamente grato” pela criação do Fundo, o cardeal De Donatis – refere uma nota do Vicariato – sente, na carta, todo o amor e a solicitude que o Papa, Bispo de Roma, não cessa de demonstrar aos homens e as mulheres da nossa cidade. O Fundo, segundo informa o Vicariato, será apresentado à imprensa nesta sexta-feira, 12.