Audiência Geral

Papa: confiar na verdadeira riqueza que é a relação com Jesus

Francisco retomou nesta quarta-feira, 7, a série de catequeses sobre os Atos dos Apóstolos

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco cumprimentou os fiéis reunidos na Sala Paulo VI para a Catequese desta quarta-feira, 7/ Foto: Vatican Media

O Papa Francisco retomou nesta quarta-feira, 7, as tradicionais Audiências Gerais das quartas-feiras. Na Sala Paulo VI – devido ao calor forte do verão italiano -, os fiéis puderam acompanhar a catequese do Pontífice sobre o Ato dos Apóstolos, em continuidade à reflexão do final de julho quando fez uma pausa de férias.

“Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda” (At 3,3-6): a cura de um paralítico de nascença que agora caminha, anda e louva a Deus. O Papa Francisco refletiu sobre a primeira narração de cura do Livro dos Apóstolos e enalteceu a ação concreta dos Apóstolos Pedro e João que testemunharam a verdade do anúncio do Evangelho, demonstrando como agem em nome de Cristo.

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Francisco recordou que a lei da época impedia de oferecer sacrifícios a quem tinha algum tipo de deficiência física, em consequência de alguma culpa, e inclusive impedia o acesso ao Templo em Jerusalém. Mas, como narra o Evangelho, o paralítico, segundo o Santo Padre, paradigma de tantos exclusos e descartados da sociedade, estava ali para pedir a esmola de todos os dias, quando os Apóstolos trocaram olhares com ele e Pedro disse: “Não tenho prata, nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda” (At 3,3-6).

Essa foi a relação estabelecida entre o paralítico e os Apóstolos, o mesmo modo em que Deus ama se manifestar, ressaltou Francisco, “na relação”, sempre no diálogo, com a inspiração do coração, através de um encontro real entre as pessoas que pode acontecer só no amor.

Papa Francisco e os fiéis momentos antes do início da Audiência Geral desta quarta-feira, 7/ Foto: Vatican Media

Ao tratar do Templo, onde na frente se encontrava o paralítico, o Pontífice explicou que, além de ser um centro religioso, era um lugar de trocas comerciais. E por essa dimensão do espaço, Jesus tinha se manifestado contrário várias vezes. “Mas quantas vezes eu penso a isso quando vejo alguma paróquia onde se pensa que é mais importante o dinheiro que os sacramentos! Por favor! Igreja pobre: peçamos ao Senhor isso”, frisou.

O Santo Padre observou que o mendigo paralítico, ao encontrar os Apóstolos, não encontrou dinheiro, mas “o Nome que salva o homem: Jesus Cristo, o Nazareno”. Pedro invocou o nome de Jesus e ordenou que o paralítico levantasse e andasse, tocou no doente e o ajudou a ficar em pé.

“E aqui aparece o retrato da Igreja, que vê quem está em dificuldade, não fecha os olhos, sabe olhar a humanidade no rosto para criar relações significativas, pontes de amizade e de solidariedade no lugar de barreiras. Aparece o rosto de ‘uma Igreja sem fronteiras que se sente mãe de todos’ (Evangelii gaudium, 210), que sabe pegar na mão e acompanhar para se levantar – não para condenar. Jesus sempre pega a mão, sempre procura levantar, fazendo com que as pessoas se curem, que sejam felizes, que encontrem Deus”, destacou o Papa.

Chegada do Papa na Sala Paulo VI/ Foto: Vatican Media

Francisco descreveu essa atitude como “a arte do acompanhamento”, que se caracteriza pela delicadeza com o próximo, dando sinais de proximidade, como a troca respeitosa e cheia de compaixão de olhares. “E isso fazem os dois Apóstolos com o paralítico: olham ele, dizem ‘olhem para nós’, seguram a sua mão, o fazem se levantar e o curam. Assim faz Jesus com todos nós. Pensemos nisso quando estivermos em momentos ruins, em momentos de pecado, em momentos de tristeza. Aí está Jesus que diz: ‘Olhe para mim: eu estou aqui!’. Vamos pegar na mão de Jesus e deixar que nos levante”, exortou.

De acordo com o Pontífice, os Apóstolos Pedro e João ensinaram todos a confiar na “verdadeira riqueza que é a relação com Jesus”. O Pontífice, ao finalizar a catequese desta quarta-feira, questionou: “E nós, cada um de nós, o que temos? Qual é a nossa riqueza, o nosso tesouro? Com que coisa podemos tornar ricos os outros? Peçamos ao Pai o dom de uma memória agradecida ao recordar os benefícios do seu amor na nossa, para dar a todos o testemunho de louvor e reconhecimento. Não esqueçamos: sempre a mão estendida para ajudar o outro a se erguer; é a mão de Jesus que, através da nossa mão, ajuda os outros a se levantar”.

 

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