A Igreja de Palermo deu início à tradicional ‘Festino de Santa Rosália’, em comemoração aos 400 anos da descoberta das relíquias da mulher que viveu na solidão, pobreza e penitência
Da redação, com Vatican News
Daqui a exatamente uma semana, em 15 de julho, a capital da ilha italiana da Sicília vai celebrar a solenidade da descoberta do corpo de Santa Rosália (1130-1160), dando continuidade às comemorações do Ano Jubilar Rosaliano que terminam no início de setembro com a Festa Litúrgica no dia 4. O Papa Francisco, assim, se faz presente enviando uma mensagem nesta segunda-feira, 8, ao arcebispo de Palermo, dom Corrado Lorefice. Por ocasião dos 400 anos de descoberta das relíquias da “Santuzza” — a santinha — como é chamada pelos palermitanos, o Pontífice se une aos fiéis da Igreja local, elevando a Deus “o louvor pelo dom de uma figura tão sublime de mulher e ‘apóstola’, que não hesitou em aceitar as provações da solidão por amor ao seu Senhor”.
Como Santa Rosália, sacrificar-se aos pobres
O pensamento do Papa, através da mensagem, também vai a todos que, no decorrer deste Ano Jubilar, se uniram em oração, aprendendo de Santa Rosália “a paixão pelos pobres e a fidelidade à Boa Nova”. De fato, a padroeira de Palermo, de família nobre, viveu na corte até se retirar como eremita na gruta do Monte Pellegrino, onde foram descobertas as suas relíquias. Como recorda Francisco, ela “entregou a própria existência e abandonou a riqueza do mundo” para exemplo a ser seguido até hoje:
“A vida do cristão, tanto na época em que nossa Virgem eremita viveu quanto em nossos dias, é constantemente marcada pela cruz; os cristãos são aqueles que sempre amam, mas muitas vezes em circunstâncias em que o amor não é compreendido ou é até mesmo rejeitado. Ainda hoje, trata-se de uma escolha contra a corrente, pois aqueles que seguem Cristo são chamados a fazer sua a lógica do Evangelho que é esperança, decidindo em seus corações abrir espaço para o amor a fim de dá-lo aos outros, sacrificá-lo em favor dos seus irmãos, compartilhá-lo com aqueles que não o experimentaram por causa das ‘pragas’ que afligem a humanidade.”
Os construtores de esperança na Igreja siciliana
Aos devotos da “Santuzza”, continua o Papa na mensagem, o convite para ter um estilo de vida evangélico baseado no “testemunho de fé e caridade para com o próximo”. Sobretudo no território de Palermo, acrescenta o Pontífice, onde muitas mulheres e homens fizeram escola a exemplo de Santa Rosália, encontrando “a força para se dedicar ao Evangelho e à justiça social”:
“Na escola de Santa Rosália, renunciando ao que é supérfluo, não hesitem em se oferecer generosamente aos outros. Tenham fortaleza de espírito para enfrentar os desafios que ainda impedem o renascimento desta cidade, cujo caminho é marcado por tantas problemáticas, algumas delas, muito dolorosas.”
Deus, que é Misericórdia, continua o Papa, conhece todas as dores “e está pronto para derramar o bálsamo da consolação que cura e dá novo ânimo”. É ele quem “conduz pelos caminhos da vida para saborear os frutos da concórdia e da paz”.
“Com Rosália, mulher de esperança, portanto, eu os exorto: Igreja de Palermo, levante-se! Seja farol de nova esperança, seja Comunidade viva que, regenerada pelo sangue dos Mártires, dá testemunho verdadeiro e luminoso de Cristo, nosso Salvador. Povo de Deus nesta abençoada faixa de terra, não perca a esperança e não se entregue ao desânimo.”