AUDIÊNCIA

Papa Francisco: "Como Jesus, aproximar-se de quem sofre"

Francisco recebeu  participantes da plenária da Pontifícia Comissão Bíblica para abordar temas relacionados à doença e ao sofrimento na Bíblia, trazendo a importância da compaixão

Da Redação, com Vatican News

Francisco falou sobre compaixão e inclusão na audiência desta quinta-feira, 11 / Foto: Vatican Media – Reuters

Nesta quinta-feira, 11, o Papa Francisco encontrou-se com os participantes da plenária da Pontifícia Comissão Bíblica no Vaticano. Em seu discurso, o Santo Padre citou o tema abordado pelos participantes durante a audiência, um tema fortemente existencial: a doença e o sofrimento na Bíblia.

Segundo o Pontífice, o sofrimento e a doença são adversários a serem enfrentados, mas é importante fazê-lo de maneira digna do homem, de maneira humana. “Removê-los, reduzindo-os a tabus dos quais é melhor não falar, talvez porque prejudicam aquela imagem de eficiência a todo custo, útil para vender e ganhar, certamente não é uma solução. Todos vacilamos sob o peso dessas experiências e devemos nos ajudar a superá-las, vivendo-as em relação, sem nos fecharmos em nós mesmos e sem que a rebelião legítima se transforme em isolamento, abandono ou desespero”, declarou.

Francisco destacou também que o sofrimento vivido à luz da fé pode contribuir em um processo de amadurecimento. “Sabemos, também pelo testemunho de muitos irmãos e irmãs, que a dor e a enfermidade, à luz da fé, podem se tornar fatores decisivos num percurso de amadurecimento: o ‘crivo do sofrimento’, de fato, permite discernir o que é essencial do que não é”, acrescentou.

“É o exemplo de Jesus que mostra o caminho, pois ele nos exorta a cuidar de quem vive em situações de enfermidade, com a determinação de vencer a doença; ao mesmo tempo, Ele nos convida a unir os nossos sofrimentos à sua oferta salvífica, como uma semente que dá fruto”, enfatizou.

Compaixão e inclusão

A seguir, o Papa propôs duas palavras decisivas: compaixão e inclusão. “A compaixão indica a atitude recorrente e característica do Senhor em relação às pessoas frágeis e necessitadas que Ele encontra. Essa compaixão se manifesta como proximidade e leva Jesus a se identificar com os sofredores: ‘Eu estava doente, e cuidaram de mim’. Compaixão que leva à proximidade”, destacou.

“Tudo isso revela um aspecto importante. Jesus não explica o sofrimento, mas se inclina para com os que sofrem. Ele não aborda a dor com incentivos genéricos e consolações estéreis, mas acolhe o drama da dor, deixando-se tocar por ele. A Sagrada Escritura é iluminadora nesse sentido, não é um manual de boas palavras ou um livro de receitas de sentimentos, mas nos mostra rostos, encontros, histórias concretas. A resposta de Jesus é vital, é feita de compaixão que assume e que, ao assumir, salva o homem e transfigura sua dor”, continuou.

Segundo o Papa, a inclusão também abrange outro aspecto. “O Senhor deseja que a pessoa inteira seja curada, espírito, alma e corpo. Na verdade, uma cura física do mal seria de pouca utilidade sem uma cura do pecado no coração”. De acordo com Francisco, essa perspectiva de inclusão nos leva a atitudes de partilha.

“Cristo, que andava entre as pessoas fazendo o bem e curando os doentes, ordenou a seus discípulos que cuidassem dos doentes e os abençoassem em seu nome, partilhando com eles sua missão de consolação. Portanto, por meio da experiência do sofrimento e da doença, nós, como Igreja, somos chamados a caminhar junto com todos, em solidariedade cristã e humana”, destacou. Francisco concluiu o seu discurso citando a parábola do Bom Samaritano e orientou aos participantes para que o bem seja comum a todos. Também citou um trecho de sua Encíclica Fratelli tutti.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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