TERRORISMO

Papa clama pela verdade por trás de atentados no Sri Lanka

O Santo Padre se reuniu com uma delegação de vítimas dos atentados de Páscoa no Sri Lanka e pediu às autoridades que revelem a verdade por trás dos ataques de 2019

Da redação, com Vatican News

No Sri Lanka, familiares das vítimas mortas em uma das igrejas atacadas nos atentados militantes islâmicos do domingo de Páscoa em 21 de abril, reagem em um local onde a explosão aconteceu, durante o primeiro ano de aniversário dos atentados / Foto: REUTERS – Dinuka Liyanawatte

O Papa Francisco expressou nesta segunda-feira, 24, sua proximidade com as famílias das vítimas dos atentados no domingo de Páscoa no Sri Lanka há três anos e clamou as autoridades do país a revelar a verdade por trás dos ataques, pois será isso que trará paz.

O Santo Padre também rezou para que o país possa superar sua pior crise econômica até o momento.

O Papa se dirigiu a cerca de 3500 católicos do Sri Lanka que trabalham na Itália, incluindo uma delegação de famílias de vítimas e sobreviventes dos ataques terroristas de 2019, liderados pelo cardeal Malcolm Ranjith, de Colombo.

A esperança da ressurreição de Cristo

Falando ao grupo do Sri Lanka ao final da missa celebrada pelo Cardeal Ranjith na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco observou que todos estavam reunidos ali para marcar o “aniversário dos trágicos acontecimentos que, na Páscoa de 2019, semearam morte e terror no Sri Lanka”.

“Hoje, oferecestes o Sacrifício Eucarístico em sufrágio pelas vítimas daqueles terríveis atentados, e rezastes pelos feridos — alguns dos quais estão aqui presentes — e pelas suas famílias, bem como por todo o povo cingalês. Com todo meu coração, junto-me a vocês em oração”.

Assegurando-lhes com a saudação pascal do Ressuscitado, disse o Sucessor de Pedro aos fiéis: “A paz esteja convosco. Diante do horror e do absurdo de certos atos, que pareciam impossíveis de serem cometidos por pessoas, é evidente que se trata de uma obra do Maligno”.

Francisco disse que este fator explica por que “o Filho de Deus, o Inocente, o Santo, o Justo, teve que morrer crucificado para nos salvar”.

“Ele assumiu não apenas a morte, mas a crueldade do mal, o ódio, a violência fratricida. Sua Cruz e sua Ressurreição são luz de esperança na mais densa escuridão”, disse o Papa, exortando os católicos do Sri Lanka a “rezarem por todas as vítimas da violência e da guerra, especialmente o terrorismo”.

Apelo às autoridades

O Papa Francisco então fez um apelo às autoridades do Sri Lanka sobre os atentados da Páscoa. “Por favor, por amor à justiça, por amor ao seu povo, que fique claro de uma vez por todas os responsáveis ​​por esses eventos”, disse. “Isso trará paz à sua consciência e ao seu país”.

O Santo Padre disse aos católicos que também queria se juntar a eles para rezar por sua pátria, que visitou em 2015. “Rezemos pelas autoridades, por aqueles que têm responsabilidades sociais e educativas e por todas as pessoas”, disse o Papa. “Que as dificuldades presentes sejam resolvidas com o empenho e colaboração de todos”, exortou.

Crise financeira

O Santo Padre estava se referindo ao pior pesadelo econômico do Sri Lanka em sua história desde sua independência do domínio britânico em 1948.

Com reservas extremamente baixas, o país do sul asiático luta para importar bens essenciais, tais como alimentos, combustível, gás de cozinha e remédios, e enfrenta cortes de energia de até 13 horas por dia. A desvalorização da moeda fez a inflação disparar para 21,5% em março, a mais alta até agora, atingindo empresas e exportadores já em dificuldades, mas especialmente o povo.

O Sri Lanka tem sido alvo de protestos em todo o país exigindo a renúncia do presidente Rajapaksa e seu governo devido à crise sem precedentes atribuída à corrupção e à má administração.

Concluindo suas saudações, o Papa Francisco deu sua bênção à comunidade cingalesa, convidando-os a rezar pela Igreja no Sri Lanka para que seja cheia do Espírito Santo e anuncie com alegria o Evangelho de Cristo Salvador.

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