O Papa chegou no México e foi recebido pelo presidente do país, Enrique Peña Nieto e pela primeira-dama, em uma acolhida sem cerimônia protocolar e discursos
Da redação, com Rádio Vaticano
Desde a noite desta sexta-feira, 12, o Papa Francisco encontra-se em território mexicano, quando foi recebido no Aeroporto Internacional Benito Juárez, na Cidade do México, pelo presidente do país, Enrique Peña Nieto e pela primeira-dama. Uma acolhida oficial, mas informal sem uma cerimônia protocolar nem discursos.
Antes da chegada do Pontífice, diante de uma multidão de pessoas em arquibancadas construídas para o evento, grupos musicais mexicanos narraram com suas músicas e vestidos típicos a história da tradição folclórica do país. Espetáculo que se repetiu depois diante do Santo Padre. Aos gritos a multidão presente pediu a benção de Francisco. Uma recepção digna da alegria do povo mexicano.
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Depois a transferência para a sede da Nunciatura Apostólica, onde será a residência de Francisco nos próximos dias. Pelas ruas da Cidade do México, o Papa recebeu o amor e o carinho de tantas pessoas que desde o início da tarde se posicionaram nas calçadas para saudar e por um momento ver o “missionário da paz”, que vem confirmá-los na fé.
Entusiamos que se misturaram com os gritos de viva o Papa, “bienvenido” Santo Padre. A cidade se transformou com a chegada de Francisco. Apesar das ruas estarem fechadas em uma das cidades com o pior trânsito do mundo, o povo estava feliz em ter em sua casa o Papa Francisco.
Muro de luzes
Os mexicanos receberam o Santo Padre com um abraço luminoso e com uma ‘corrente’ de smartphones iluminados, um corredor de luzes do aeroporto da cidade até a Nunciatura Apostólica. Quem não tinha celular usou pequenas lanternas. Foi um “muro de luzes e de orações” de 19 km.
Sinos
Os sinos da catedral da Cidade do México também tocaram nesta sexta-feira em festa durante duas horas sem interrupção por 80 voluntários que se alternaram, anunciando a chegada de Francisco. Entre os sinos o mais famoso da cidade, chamado “Dona Maria”.
Programação
Na manhã deste sábado, 13, a cerimônia de boas-vindas será no Palácio Nacional, onde Francisco será recebido com honras do chefe de Estado. Depois a visita de cortesia ao presidente e o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático.
Em seguida a transferência para a catedral da cidade dedicada à Assunção de Nossa Senhora. Um edifício construído com pedras vulcânicas. O lugar era ocupado por um templo dedicado à divindade azteca Xipe. Hernán Cortés fez constuir uma igreja no lugar com o material recuperado de antigos templos.
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Na Catedral, o Papa Francisco manterá um encontro com os bispos do México. Momentos antes o Santo Padre será recebido diante dos portões deste mesmo lugar pelo chefe de governo do local que lhe entregará as Chaves da Cidade. A Praça diante da Catedral, conhecida também como “Zócalo”, pode acolher cerca de 80 mil pessoas.
Ainda neste sábado, no final da tarde o Papa vai até a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, coração da religiosidade mexicana onde celebrará a Santa Missa. Após a celebração um momento de oração em privado no “Camarín”, lugar onde é conservada a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.
Os lugares que Francisco irá tocar nos próximos dias dizem respeito às grandes preocupações e esperanças dos mexicanos. O tema central da visita “Missionário da misericórdia e paz” gira em torno de perguntas sobre como recuperar a paz em um país que vive “o seu pedaço de guerra”. O questionamento da violência, da corrupção, do tráfico de drogas, a migração.
Viagem
A imprensa internacional descreve a viagem como algo difícil, pois tocará lugares complicados. Estará em Ecatepec, onde poderá ver face a face uma das áreas mais violentas do país e com o mais elevado índice de feminicídios e mulheres desaparecidas.
Ciudade Juárez onde a Corte Internacional dos Direitos Humanos e emitiu sentenças contra o país por causa das “mortes de Juárez”. Irá a Michocán que é uma das áreas mais quentes da guerra contra o narcotráfico. Também visitará Chiapas que desde os anos 90 emergiu como referente da marginalização e exclusão da população indígena com a insurreição “zapatista”.
No norte do país, numa “missa binacional” poderá apalpar a problemática da migração, de crimes e do tráfico de pessoas. “São lugares representativos dos fragmentos de guerra”, afirma a imprensa local.