Cardeal brasileiro destaca características do Papa Francisco que o tornam um exemplo para todos os sacerdotes e os fiéis
Kelen Galvan
Da redação, com colaboração de Thiago Coutinho
Papa Francisco celebra nesta quarta-feira, 13, o aniversário de 48 anos de sua ordenação sacerdotal. Jorge Mario Bergoglio foi ordenado padre pelo arcebispo Dom Ramón José Castellano no dia 13 de dezembro de 1969.
Seu jeito simples e de muita dedicação, que sempre marcou seu ministério, tornou-se muito conhecido quando foi eleito Papa, em 2013.
O cardeal brasileiro Raymundo Damasceno de Assis, atual arcebispo emérito de Aparecida (SP), conheceu Bergoglio quando ainda era bispo auxiliar de Buenos Aires, na Argentina. Ele lembra que teve a oportunidade de encontrar-se com o cardeal em vários momentos, principalmente quando tornou-se presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), entre 2007 e 2011, e mais especificamente, quando houve a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano em 2007 em Aparecida. Nesta ocasião, o Cardeal Bergoglio permaneceu em Aparecida 20 dias e foi o presidente da comissão de redação do documento conclusivo da conferência.
“Foram momentos de encontro, não longos, mas onde pude observar o Cardeal Bergoglio e também admirá-lo em suas qualidades de pastor na Igreja de Buenos Aires, e depois sua dedicação aos trabalhos da 5ª Conferência”, conta Dom Damasceno.
Exemplo de pastor
Neste dia que o Santo Padre celebra seu aniversário sacerdotal, o Cardeal Damasceno parabeniza o Pontífice e destaca que ele é um exemplo de pastor para todo padre e para os fiéis de forma geral. “O Papa Francisco é um exemplo sobretudo de simplicidade, é muito sensível ao problema das pessoas, alguém muito próximo do povo e um homem de grande espírito de serviço à Igreja”.
Dom Damasceno recorda que Bergoglio caracterizou seu ministério na Igreja de Buenos Aires como alguém simples, de vida austera, sóbria e dedicado totalmente ao seu ministério.
Como exemplo, o cardeal lembra que, em Buenos Aires, Bergoglio sempre evitou usar um carro próprio, preferindo utilizar um transporte público, como ônibus ou metrô, e sempre ia às paróquias ou a outra atividade pastoral sozinho.
Dom Damasceno destaca ainda que a dedicação do Papa Francisco é tanta que muitas vezes recusa o próprio período de férias, ao qual tem direito. “Ele não vai a Castel Gandolfo, como faziam os outros Papas, geralmente permanece em sua residência na Casa Santa Marta, talvez com menos trabalho externo, mas com grande trabalho interno. De modo que é alguém de muita exigência consigo mesmo, no seu trabalho e ministério”.
Missão do padre
O Cardeal Damasceno destaca que o padre é chamado a ser exemplo do Cristo Pastor em meio ao seu povo e a viver a exemplo do próprio Cristo, na simplicidade, alegria e no serviço aos outros, tendo uma predileção no seu ministério pelos mais pobres e necessitados.
“‘O ministério sacerdotal é um oficio de amor’, como diz Santo Agostinho, de modo que você faz seu ministério, se entrega a ele com amor, alegria e disponibilidade total a serviço do povo. Padre é aquele que se entrega, que dá a vida pelo povo que está sob seus cuidados. É desta maneira que ele se santifica e cumpre sua missão de levar os outros à santidade, através do anúncio do Evangelho e também de sua vida impregnada de amor”, explica o cardeal.
Ele lembra que o Papa Francisco têm pedido aos padres que vivam seu ministério próximo ao povo. “Ele fala muito de uma igreja em saída, de ir ao encontro do povo, não esperar que o povo venha a nós. E nesse sentido, o Papa é um exemplo para nós. O padre não pode ser acomodado, contentando-se simplesmente em exercer um ministério em determinados momentos, pelo contrário, toda sua vida deve ser uma entrega total ao povo”.
Nesse sentido, o cardeal lembra que o Papa Francisco é o primeiro a realizar essa entrega. “Se você olha a agenda do Papa ou vê suas atividades percebe que ele está totalmente entregue ao serviço da Igreja, com muita alegria e entusiasmo”.