Após celebrar a missa no Santuário de Loreto, Francisco assinou a Exortação Apostólica pós-sinodal dedicada aos jovens
Da redação, Vatican Media
O Papa Francisco escolheu o Santuário de Loreto para assinar nesta segunda-feira, 25, a Exortação Apostólica fruto do Sínodo dos Bispos para os jovens, intitulada “Christus vivit – Cristo vive”.
Segundo a tradição, no Santuário estão conservadas as paredes onde a Virgem disse seu “sim” ao projeto de Deus. Ali, o Papa se deteve em oração silenciosa antes de presidir à celebração eucarística, em que não pronunciou a homilia.
No altar, o Pontífice assinou o documento ao lado do Secretrário-Geral do Sínodo dos Bispos, Card. Lorenzo Baldisseri. Na sequência, o Papa cumprimentou por cerca de meia hora os doentes presentes dentro da Basílica.
Ao final, no adro do Santuário, Francisco pronunciou um discurso aos fiéis em que destacou a vocação da Santa Casa como a casa dos jovens. Segundo o Pontífice, ali a Virgem Maria continua a falar às novas gerações, acompanhando cada um na busca de sua vocação.
No evento da Anunciação, que a Igreja celebra nesta segunda-feira, 25, o Papa recordou que aparece a dinâmica da vocação, expressa nos três momentos que marcaram o Sínodo: escuta da Palavra; discernimento; e decisão.
O primeiro momento, o da escuta, manifesta-se, de acordo com Francisco, nas palavras do anjo: “Não temas Maria, […] conceberás um filho, lhe darás à luz e o chamarás Jesus”. “É sempre Deus quem toma a iniciativa de chamar a segui-lo”, disse o Papa, que acrescentou ser preciso que todos estejam prontos e dispostos a escutar e acolher a voz de Deus, que não se reconhece no barulho e na agitação.
O segundo momento, considerado pelo Santo Padre como típico de cada vocação, é o discernimento, expresso nas palavras de Maria: “Como acontecerá isso?”. O Pontífice explicou que Maria não duvida, pelo contrário, quer descobrir todas as surpresas de Deus. E esta é a atitude do discípulo: colaborar com a iniciativa gratuita do Senhor para aprofundar as próprias capacidades.
A decisão é, para o Papa, a terceira fase que caracteriza cada vocação cristã, explicitada na resposta de Maria ao anjo: “Faça-me em mim segundo a tua palavra”. “Maria é o modelo de toda vocação e a inspiradora de toda pastoral vocacional: os jovens que estão em busca e se interrogam sobre seu futuro, podem encontrar em Maria Aquela que os ajuda a discernir o projeto de Deus sobre si mesmos e a força para aderir a ele ”, comentou.
Francisco apontou Loreto como um local privilegiado onde os jovens podem ir em busca da própria vocação, um polo espiritual a serviço da pastoral vocacional, oferecendo indicações práticas aos frades capuchinhos que cuidam da Basílica, como por exemplo a ampliação do horário de fechamento.
Além de ser a casa dos jovens, a Santa Casa é também o local da família, de acordo com o Pontífice. Para o Santo Padre, a experiência doméstica da Virgem indica que família e jovens não podem ser dois setores paralelos da pastoral das comunidades, mas devem caminhar estreitamente unidos, porque com frequência os jovens são aquilo que uma família deu a eles no período do crescimento.
A Casa de Maria é ainda citada pelo Papa como a casa dos doentes. “A doença fere a família, e os doentes devem ser acolhidos dentro da família”, recordou Francisco que enviou a todos os doentes do mundo uma afetuosa saudação: “Vocês estão no centro da obra de Cristo, porque compartilham e carregam de maneira mais concreta atrás Dele a cruz de todos os dias”.
O Papa concluiu confiando aos fiéis uma missão: “levar o Evangelho da paz e da vida aos nossos contemporâneos, muitas vezes distraídos, presos pelos interesses terrenos ou imersos num clima de aridez espiritual. Precisa-se de pessoas simples e sábias, humildes e corajosas, pobres e generosas”. Francisco pediu a intercessão de Nossa Senhora para que ajude todos os fiéis, especialmente os jovens, a percorrerem o caminho da paz e da fraternidade fundadas no acolhimento e no perdão, no respeito do outro e no amor que é dom de si.