Francisco falou nesta sexta-feira, 29, aos participantes do 30º Curso de Foro Interno sobre o Sacramento da Reconciliação
Da redação, com Vatican News
Nesta sexta-feira, 29, o Papa Francisco falou aos cerca de 750 participantes do 30º Curso de Foro Interno sobre o Sacramento da Reconciliação — promovido pelo Tribunal da Penitenciaria Apostólica – e recebidos em audiência na Sala Paulo VI. Segundo o Santo Padre a confissão é um verdadeiro “caminho de santificação”, pois “é o sinal eficaz que Jesus deixou à Igreja para que a porta da casa do Pai permanecesse sempre aberta, sendo assim sempre possível o retorno dos homens a Ele”.
“Queridos jovens sacerdotes, futuros sacerdotes e queridos penitenciários, exorto-vos a sempre ouvir com grande generosidade as confissões dos fiéis, a percorrer com eles o caminho da santificação que é o Sacramento. Contemplem os ‘milagres’ de conversão que a graça opera no segredo do confessionário, milagres dos quais somente vocês e os anjos serão testemunhas. E que sobretudo vocês possam se santificar, no exercício humilde e fiel do ministério da Reconciliação”, refletiu o Pontífice.
Francisco seguiu falando sobre a importância do “ministério da misericórdia”: “Justifica, exige e quase nos impõe uma adequada formação, para que o encontro com os fiéis que pedem o perdão de Deus seja sempre um encontro real de salvação, no qual o abraço do Senhor é percebido em toda a sua força, capaz de mudar, converter, curar e perdoar”.
O Santo Padre recorda que diante da longa história da Igreja e da antiguidade da Penitenciaria Apostólica – o mais antigo Tribunal a serviço do Papa, um tribunal de misericórdia —, estes trinta anos do Curso sobre Foro Interno podem não parecer muito. “Mas para nossa época, em que tudo corre velozmente, é tempo suficiente para poder fazer reflexões e balanços”, comentou o Papa.
O número de participantes desta 30ª edição, mais de 700, chamou a atenção de Francisco. Isto indica, de acordo com o Pontífice, “quão séria é a necessidade de formação e segurança, em relação a matérias tão importantes para a própria vida da Igreja e para o cumprimento da missão que o Senhor Jesus a ela confiou”.
O Papa comentou a dificuldade do homem contemporâneo em relação à Confissão e ao senso de pecado, mas também frisou a necessidade da Igreja reconhecer a grande participação de sacerdotes, recém-ordenados e ordenados, que testemunham o permanente interesse em trabalhar juntos para enfrentar e superar a crise, oferecendo um serviço cada vez mais qualificado e capaz de manifestar realmente a beleza da Misericórdia divina.
O Sacramento da Reconciliação é um verdadeiro “caminho de santificação”, enfatizou o Santo Padre: “É o sinal eficaz que Jesus deixou à Igreja para que a porta da casa do Pai permanecesse sempre aberta, sendo assim sempre possível o retorno dos homens a Ele”. Segundo Francisco, a confissão é o caminho de santificação para o penitente e para o confessor. “E vocês, queridos jovens confessores, farão logo a experiência disto”, disse o Pontífice aos ouvintes.
“Para o penitente, é claramente caminho de santificação porque, como repetidamente enfatizado durante o recente Jubileu da Misericórdia, a absolvição sacramental, validamente celebrada, restaura a inocência batismal, a plena comunhão com Deus. Aquela comunhão que Deus nunca interrompe com o homem, mas a qual o homem às vezes se subtrai, fazendo mal uso do estupendo dom da liberdade”, explicou o Papa, que prosseguiu: “Para nós, sacerdotes o quarto sacramento também é o caminho da santificação. Antes de tudo quando, humildemente, como todos os pecadores, nos ajoelhamos perante o confessor e imploramos por nós mesmos a Misericórdia divina. Recordemos sempre de sermos, primeiro, pecadores perdoados, e somente mais tarde, ministros do perdão”.
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Aos confessores, Francisco enfatizou: “Temos o privilégio de contemplar constantemente os ‘milagres’ das conversões. Devemos sempre reconhecer a poderosa ação da graça, que é capaz de transformar o coração de pedra em coração de carne, de mudar um pecador que fugiu para longe em um filho arrependido que volta à casa do pai”.
Neste sentido, o Pontífice frisou a importância da formação para uma celebração reta e eficaz do Sacramento da Reconciliação, pressuposto classificado por ele como indispensável para que dê frutos: “Isso para que cada confissão seja sempre um novo e definitivo passo em direção a uma santificação mais perfeita; um terno abraço, cheio de misericórdia, que contribui para expandir o Reino de Deus, Reino de amor, de verdade e paz”.
O Papa recordou que a própria Reconciliação é um bem que a sabedoria da Igreja sempre salvaguardou com toda a sua força moral e jurídica com o segredo sacramental. “Isso, embora nem sempre entendido pela mentalidade moderna, é indispensável para a santidade do Sacramento e para a liberdade de consciência do penitente, o qual deve estar certo, em qualquer momento, que o colóquio sacramental permanecerá no segredo do confessionário, entre a própria consciência que se abre para a graça e Deus, com a necessária mediação do sacerdote. O segredo sacramental é indispensável e nenhum poder humano tem jurisdição, nem pode reivindicá-lo sobre ele”, concluiu