Santo Padre lembrou que, ainda hoje, há o risco de se deixar levar pelo espírito do mundo
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Senhor nos salve do “espírito mundano que negocia tudo”, não somente os valores, mas também a fé. Este foi o pedido do Papa Francisco, na Missa celebrada nesta segunda-feira, 18, na Casa Santa Marta. O Pontífice alertou para a “globalização da uniformidade hegemônica”, fruto da mundanidade.
Partindo da Primeira Leitura, num trecho do Livro dos Macabeus, Francisco concentrou-se na “raiz perversa” da mundanidade, dizendo que o povo de Deus, muitas vezes, prefere afastar-se do Senhor diante de uma proposta do mundo. Ele citou o exemplo daquele povo, retratado na Leitura, que não quis mais Israel isolado das outras nações e foi negociar com o rei, abrindo mão de suas próprias tradições.
“Esta é uma contradição: não negociamos os valores, mas negociamos a fidelidade. E isto é justamente fruto do demônio, do príncipe deste mundo, que nos leva adiante com o espírito da mundanidade. E depois, vêm as consequências”.
Francisco advertiu que isso acontece ainda hoje, já que também nos tempos atuais há este espírito mundano, esta vontade de ser progressista em um pensamento único. “Esse povo negociou a fidelidade ao seu Senhor, esse povo, movido pelo espírito do mundo, negociou a própria identidade, negociou a pertença a um povo que Deus ama tanto, que Ele quer como seu povo”, disse.
Mas, mesmo nessa situação, o Papa indicou um consolo: o fato de que Deus permanece à frente deste caminho traçado pelo mundo, pois é fiel e não pode renegar a si mesmo. Deus, recordou o Pontífice, perdoa o homem mesmo quando este segue pelo caminho da mundanidade.
“Com o espírito de filhos da Igreja, rezemos ao Senhor para que, com a Sua bondade, com a Sua fidelidade, salve-nos deste espírito mundano que negocia tudo; que nos proteja e nos faça seguir adiante como fez diante do Seu povo no deserto, levando-o pela mão, como um pai leva seu filho. Nas mãos do Senhor seguiremos seguros”.