Na quinta parte da entrevista com Phil Pullella, da agência de notícias Reuters, Francisco fala sobre a luta contra a pedofilia: “o abuso é matar a pessoa que eu tenho que salvar”
Vatican News
A luta contra os abusos na Igreja começou lentamente, mas hoje é um caminho irreversível. O Papa Francisco disse isto em uma entrevista com a Reuters: “A Igreja começou a tolerância zero lentamente e avançou. Sobre isto, acredito que a direção tomada é irreversível. É irreversível. Hoje esta é uma questão que não se discute”.
Respondendo a uma pergunta sobre a resistência que em alguns casos é encontrada a nível local na aplicação de medidas contra os abusos, Francisco disse: “Há resistência, mas cada vez mais há consciência de que este é o caminho”. O Papa lembrou a divisão do Dicastério para a Doutrina da Fé em duas seções, dedicando uma delas aos julgamentos sobre os abusos, e comentou: “As coisas estão indo bem”.
O Pontífice citou um encontro recente com visitantes que lembraram a ele que no país deles cerca de 46% dos abusos ocorrem dentro da família e observou que “isto é terrível”. Em seguida, o Papa acrescentou: “Mas isto não justifica nada. Mesmo que houvesse apenas um caso, seria vergonhoso. E temos que lutar mesmo que seja por apenas um caso. Isto não pode ser, porque (o abuso) é matar a pessoa que eu tenho que salvar. Eu, como padre, devo ajudar a crescer e salvar estas pessoas. Se eu abuso, as mato. Isto é terrível”.
“Tolerância zero”, concluiu Francisco , elogiando o trabalho do cardeal arcebispo de Boston e da Comissão para a Proteção de Menores: “E aí, chapeau ao cardeal O’Malley, que é um homem corajoso. Ele tem a coragem de um capuchinho, propriamente, um grande homem. E também a Comissão para a Proteção de Menores, que está trabalhando bem, agora com o padre Small, que é outro homem corajoso, ele trabalha bem. Eu apoio totalmente isto”.
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