Francisco recebeu jovens da Ação Católica Italiana em audiência e enfatizou capacidade de surpreender-se, sobretudo neste tempo do Natal, com o amor de Deus
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Papa Francisco recebeu as crianças e os jovens da Ação Católica Italiana em audiência nesta sexta-feira, 20. O encontro foi realizado em razão das saudações de Natal.
Em seu discurso, o Pontífice refletiu sobre o tema escolhido como guia formativo para o ano: “partir para as profundezas”. Ele afirmou que essa escolha remete aos primeiros discípulos de Jesus, que eram pescadores por ofício e foram chamados pelo Mestre para se tornarem “pescadores de homens”. Diante disso, o Santo Padre concentrou sua reflexão sobre as imagens da pesca e do espanto.
Em relação à primeira, Francisco explicou que “pescar” pessoas não significa capturá-las, uma vez que Deus respeita a liberdade humana. Pelo contrário, Jesus oferece Seu amor e Sua salvação a todos, sem esperar nada em troca e sem exclusão. “Ele compartilha conosco sua alegria de ser o Filho amado do Pai”, pontuou o Papa, destacando que Cristo contagiava as pessoas com a alegria e a maravilha do Seu amor.
Capacidade de surpreender-se
Assim chega-se à imagem do espanto. O Pontífice disse aos presentes que as pessoas “tediosas” são aquelas que perderam a capacidade de se surpreender. O Natal que se aproxima, contudo, “é um momento verdadeiramente especial neste sentido: as ruas enchem-se de luzes, trocam-se presentes, a liturgia enriquece-se de cantos e belos sons… As crianças e os jovens da Ação Católica vêm aqui e, um, dois, três, cantam… Tudo é lindo”, exprimiu.
O Santo Padre evocou a imagem do presépio, ressaltando o deslumbramento presente na cena. “Os pastores, os Reis Magos e as restantes personagens rodeiam a gruta com os seus rostos maravilhados, envolvendo até os animais e toda a paisagem como numa grande festa”, sinalizou.
Francisco alertou, entretanto, que este deslumbramento não vale apenas para o Natal. Ele ressaltou que toda a vida é um dom extraordinário e recordou o Beato Carlo Acutis, que será canonizado em abril do ano que vem e falava que “devemos ser originais, não fotocópias”.
“Quantas pessoas não têm a capacidade de ser originais: são fotocópias”, refletiu o Papa. “Hoje, isso é feito porque o jornal diz que deve ser feito ou por hábito”, acrescentou, “e para muitas pessoas, o Natal é uma ‘fotocópia’ de muitas coisas e não é o encontro que todos os anos nos traz coisas novas, coisas novas para a alma e o coração de cada um de nós”.
Uma boa notícia
O Pontífice insistiu que os jovens não percam a capacidade de se surpreenderem: “contagiamos tudo e todos com o nosso deslumbramento”, frisou. É assim que espalham felicidade, confiança e consolo, acrescentou. “O Natal é uma boa notícia. Não é para jantar e nada mais. Faz-se a ceia, é belo isso, a família… mas também as outras coisas: contemplar o presépio, ir a uma igreja. É uma festividade que está na raiz da nossa fé”, observou.
Ao final da audiência, o Santo Padre pediu que os participantes da audiência não se esqueçam dos necessitados e, ao encontrá-los, manifestem a proximidade que apenas o amor dá. “E encorajo-vos a estar sempre próximos, na oração e na caridade, daqueles que sofrem, de muitas crianças, como vós, que estão doentes devido à fome, à guerra, às doenças”, finalizou.