Celebração no Vaticano

Papa: a esperança de um mundo fraterno não é uma ideologia, é Jesus

Papa presidiu a celebração das Primeiras Vésperas e canto do Te Deum em agradecimento pelo ano que se passou

Jéssica Marçal
Da Redação

Papa Francisco durante homilia na celebração deste 31 de dezembro de 2024 / Foto: REUTERS/Claudia Greco

É com gratidão a Deus e esperança que o Papa Francisco encerra o ano de 2024. Na tarde desta terça-feira, 31, último dia do ano, ele presidiu as primeiras Vésperas da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus e tradicional canto do “Te Deum”, um hino de ação de graças pelo ano que se passou.

“Esta é a hora do agradecimento e temos a alegria de vivê-la celebrando a Santa Mãe de Deus. Ela, que guarda no seu coração o mistério de Jesus, ensina também nós a ler os sinais dos tempos à luz deste mistério”, disse o Papa abrindo sua homilia.

Francisco comentou que o ano que se passou foi muito desafiador para a cidade de Roma, tendo em vista todos os preparativos para o Jubileu 2025. Foram grandes e pequenas obras, um trabalho cujo significado corresponde à própria vocação universal de Roma. De fato, a Cidade Eterna é chamada a acolher todos para que possam se reconhecer como filhos de Deus e irmãos entre si.

Esperança e fraternidade

Concentrando-se no tema do Jubileu – “Peregrinos de Esperança” – Francisco recordou sua riqueza de significados. Um dos grandes caminhos de esperança a percorrer é a fraternidade, algo que o Pontífice propôs em sua encíclica Fratelli tutti.

“Sim, a esperança do mundo está na fraternidade! E é belo pensar que a nossa cidade, nos últimos meses, tornou-se um canteiro de obras para esta finalidade, com este sentido geral: preparar-se para acolher homens e mulheres de todo o mundo, católicos e cristãos de outras confissões, crentes de todas as religiões, buscadores da verdade, da liberdade, da justiça e da paz, todos peregrinos da esperança e da fraternidade”.

A esperança é o próprio Jesus

Mas o Papa atentou para o fundamento desta perspectiva. Questionou, por exemplo, se a esperança de uma humanidade fraterna é só um slogan retórico ou se tem uma base firme sobre a qual se pode construir algo estável. A Mãe de Deus traz esta resposta mostrando Jesus, afirmou o Pontífice.

“A esperança de um mundo fraterno não é uma ideologia, não é um sistema econômico, não é o progresso tecnológico. Não. A esperança de um mundo fraterno é Ele, o Filho encarnado, enviado pelo Pai para que todos possamos nos tornar aquilo que somos, isso é, filhos do Pai que está nos céus e, portanto, irmãos e irmãs entre nós”.

Papa Francisco diante do presépio na Praça São Pedro / Foto: REUTERS/Claudia Greco

Olhando com gratidão para os resultados de todos os trabalhos realizados para o ano jubilar em Roma, Francisco destacou qual é, agora, o canteiro de obras decisivo, que envolve cada um. Trata-se de, todos os dias, as pessoas permitirem que Deus mude nelas tudo aquilo que não é digno de um filho, um compromisso em viver como irmão e irmã do próximo.

“Que a nossa Santa Mãe nos ajude a caminhar juntos, como peregrinos de esperança, no caminho da fraternidade. Que o Senhor nos abençoe, a todos nós, nos perdoe os pecados e nos dê a força para ir avante na nossa peregrinação do próximo ano. Obrigado!”, concluiu o Santo Padre.

Ao final da celebração, Francisco fez um pequeno giro na Praça São Pedro, de cadeira de rodas, cumprimentando fiéis, especialmente as crianças, a quem presenteou com alguns chocolates. Ele parou em frente ao presépio da Praça para um momento de oração e apreciou, por alguns minutos, a banda da guarda suíça que tocou “Noite Feliz”. 

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