60 ANOS DA ENCÍCLICA

Pacem in Terris de São João XXIII: “A paz permanece na alma”, diz Papa

Francisco comenta efeitos negativos da guerra e a necessidade da busca pela paz em texto enviado a participantes de Conferência sobre a Encíclica

Da Redação, com Vatican News

Papa João XXIII /Foto: PA Images

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes da Conferência Internacional “Paz entre os povos. 60 anos depois da Pacem in Terris”. O evento, promovido pela Pontifícia Universidade Lateranense e pelo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, acontece entre esta quinta-feira, 11, e sexta-feira, 12. O evento está abordando a Carta Encíclica promulgada por São João XXIII, em 1963.

O Santo Padre iniciou sua mensagem de forma enfática e direta. “A guerra nunca deu alívio à vida dos seres humanos, nunca foi capaz de guiar seu caminho na história, nem de resolver os conflitos e as oposições que surgiram em suas ações. Os efeitos da guerra são as vítimas, a destruição, a perda da humanidade, a intolerância e até mesmo a negação da possibilidade de olhar para o amanhã com confiança renovada”, escreveu.

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Por outro lado, ao falar da paz, Francisco destacou como esta “permanece na alma e nas aspirações de toda a família humana, de cada povo e de cada pessoa”. Segundo ele, este é o ensinamento deixado por São João XXIII, que explica como a construção da paz significa o compromisso com valores como verdade, justiça, amor e liberdade.

Mensagem ainda não compreendida

Contudo, para o Santo Padre, a humanidade ainda não parece ter compreendido como a paz é necessária e traz benefícios. “Um olhar sobre o nosso cotidiano mostra como o egoísmo de alguns e os interesses cada vez mais limitados de alguns nos levam a pensar que podemos encontrar nas armas a solução para muitos problemas ou novas necessidades, bem como para aqueles conflitos que emergem na realidade da vida das nações”, refletiu.

O Papa também citou como o desejo pelo poder e o aumento dos recursos econômicos investidos no desenvolvimento de armas mostra que a busca pela paz está sendo baseada no equilíbrio da posse de equipamentos bélicos, o que só gera medo e terror. João XXIII exprimiu o risco desse comportamento na Pacem in Terris, quando escreveu que “um evento imprevisível e incontrolável pode desencadear a faísca que põe em movimento o aparato bélico” (60).

Promover a paz

Neste contexto, Francisco afirmou que é necessária uma reforma das estruturas criadas pelos Estados para promover a paz. Afinal, baseando-se na Encíclica, o Pontífice diz que eles são “chamados por sua natureza ao serviço de suas respectivas comunidades, é seu dever agir segundo o método da liberdade e responder às exigências da justiça”.

Finalizando a sua mensagem, o Papa manifestou seu desejo de que suas observações possam ajudar no aprofundamento promovido durante a Conferência, e confiou à Universidade “a tarefa de aprofundar o método de educação para a paz, para uma formação não só adequada, mas ininterrupta”.

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