Francisco participou de encontro inter-religioso em Singapura e destacou que juventude é fase da coragem em última atividade na sua viagem à Ásia e Oceania
Da Redação, com Vatican News
O último compromisso do Papa Francisco em sua 45ª Viagem Apostólica foi um encontro inter-religioso com os jovens. No Catholic Junior College, em Singapura, ele se reuniu com cerca de 600 participantes de mais de 50 escolas e organizações inter-religiosas.
O Pontífice foi acolhido com testemunhos de um jovem hindu, uma jovem sikhi e uma católica. Os três representantes juvenis falaram sobre os frutos e os desafios na promoção do diálogo inter-religioso, bem como diante dos cenários da atualidade, como as guerras, o egoísmo e o mau uso da inteligência artificial. Ao final de cada fala, apresentaram também uma pergunta ao Papa.
Deixando o discurso preparado de lado, o Santo Padre teve um diálogo espontâneo, com perguntas e respostas, e reagiu às realidades apresentadas pelos jovens, encorajando-os a seguirem seu percurso com coragem e esperança.
Os jovens são corajosos, enfatizou Francisco, porque buscam a verdade e são criativos. “Mas a juventude”, alertou, “deve tomar cuidado para não cair nas ‘críticas de sofá’”. A crítica, explicou Francisco, deve ser construtiva; caso contrário, torna-se destrutiva, sem abrir caminho para o novo. Além disso, é preciso ter a coragem de criticar e de se deixar ser criticado pelos outros.
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“Os jovens devem ter a coragem de construir, de seguir em frente, de sair das zonas de conforto”, prosseguiu, “um jovem que escolhe viver sempre sua vida de forma confortável é um jovem que engorda, mas não engorda a barriga, engorda a mente. Por isso, eu digo aos jovens: arrisquem, saiam, não tenham medo. O medo é uma atitude ditatorial que te paralisa”.
Respeito e diálogo
Na sequência, o Papa falou sobre o uso dos meios de comunicação. Ele sublinhou que quem não os usa corre o risco de tornar-se um jovem “fechado”. Por outro lado, quem os usa excessivamente, aparentando estar sempre disperso, se torna um jovem escravo dessas redes sociais. “Todos os jovens devem usar os meios de comunicação, mas usá-los para que nos ajudem a seguir em frente, não para que nos tornem escravos”, alertou.
O Pontífice também elogiou a juventude pela sua capacidade de promover o diálogo inter-religioso e ressaltou que nenhuma religião é mais importante que a outra. “São como diferentes línguas, diferentes idiomas para chegar até um objetivo. Mas Deus é Deus para todos. E assim como Deus é Deus para todos, nós somos todos filhos de Deus”, expressou.
A juventude é a fase da coragem, salientou o Santo Padre, elemento fundamental junto ao respeito para que haja diálogo. Neste contexto, denunciou o fenômeno do bullying, que é sempre uma agressão e recordou que sofre quem é mais fraco, principalmente as crianças com deficiência.
Despedida
Por fim, Francisco se despediu dos jovens de Singapura convidando-os a fazer tudo o que for possível para manter uma atitude corajosa e promover um espaço onde os jovens possam entrar e dialogar. “E se vocês dialogarem quando jovens, dialogarão ainda mais quando adultos, dialogarão como cidadãos, como políticos. Arrisquem! E quando passar um tempo e vocês já não forem mais jovens, quando forem adultos e também avós, ensinem todas essas coisas às crianças”, finalizou.
Na conclusão do encontro, após um momento de oração silenciosa, os jovens recitaram juntos a “Promessa da Geração Futura de se comprometer com a Unidade e a Esperança”, com as seguintes palavras: “Nós, a geração futura, nos comprometemos a ser um farol de unidade e esperança na promoção da cooperação e das amizades que alimentam a coexistência harmoniosa entre pessoas de diferentes crenças”.