Reflexão da catequese de hoje teve como contexto o mês das missões, celebrado pela Igreja em outubro
Da Redação, com Rádio Vaticano
O tema da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 4, foi “missionários de esperança hoje”, tendo em vista o início do mês das missões para a Igreja católica e o dia de um grande missionário de esperança, São Francisco de Assis , como recordou o Papa. O Santo Padre destacou que o cristão é um missionário de esperança, não um profeta de desgraças, como se tudo tivesse terminado no calvário ou na sepultura.
Dirigindo-se aos mais de 15 mil fiéis presentes na Praça São Pedro, o Papa recordou que os discípulos estavam abatidos depois da crucifixão e sepultamento de Jesus. Aquela pedra, rolada contra a entrada do sepulcro, pôs fim a três anos de vida esperançosa e entusiasmante na companhia do Mestre vindo de Nazaré. Parecia o fim de tudo, e alguns já começavam a deixar Jerusalém para regressar para suas casas.
“Mas Jesus ressuscita!”, lembrou o Papa, este fato inesperado transformou a mente e o coração dos discípulos, uma transformação que ficou completa quando receberam a força do Espírito Santo no dia de Pentecostes. “Não terão somente uma bela notícia para levar a todos – sublinhou o Santo Padre – mas estarão eles mesmos diferentes de antes, como renascidos para uma vida nova”.
“Como é bonito pensar que se é anunciadores da ressurreição de Jesus, não somente com palavras, mas com os fatos e com o testemunho de vida! Jesus não quer discípulos capazes somente de repetir fórmulas aprendidas de memória. Quer testemunhos: pessoas que propagam esperança com o seu modo de acolher, de sorrir, de amar. Sobretudo de amar: porque a força da ressurreição torna os cristãos capazes de amar mesmo quando o amor parece ter perdido as suas razões”.
Francisco destacou que a fé e a esperança cristãs não são somente um otimismo, mas algo a mais; é como se os crentes fossem pessoas com um “pedaço de céu a mais” sobre suas cabeças, acompanhados de uma esperança que o mundo sequer consegue intuir. “Assim a tarefa dos cristãos neste mundo é a de abrir espaços de salvação, como células de regeneração capazes de restituir a seiva vital àquilo que parecia perdido para sempre”.
O Santo Padre não deixou de comentar o alto preço que os discípulos terão que pagar por esta esperança dada por Jesus. Ele citou como exemplo os cristãos perseguidos, pessoas que não abandonaram seu povo e continuaram esperando em Deus. “E pensemos em nossos irmãos, em nossas irmãs do Oriente Médio que dão testemunho de esperança e também oferecem a vida por este testemunho. Estes são verdadeiros cristãos! Eles trazem o céu no coração, olham além. Quem teve a graça de abraçar a ressurreição de Jesus, pode ainda esperar no inesperado”.
Concluindo a catequese, o Papa reforçou que quem tem Cristo a seu lado não teme nada, por isso os verdadeiros cristãos nunca são acomodados e são missionários de esperança. “Não por mérito seu, mas graças a Jesus, o grão de trigo que, caído em terra, morreu e deu muito fruto”.