Na celebração das Primeiras Vésperas, Papa convidou a olhar para os rostos jovens de José e Maria no presépio e, assim, assumir responsabilidade com os jovens
Jéssica Marçal
Da Redação
Na tarde deste sábado, 31, o Papa Francisco presidiu, na Basílica Vaticana, a celebração das Primeiras Vésperas na solenidade de Santa Maria Mãe de Deus e o cântico do “Te Deum”, um canto litúrgico em ação de graças pelo ano que se passou.
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.: Íntegra da homilia
A homilia de Francisco na ocasião foi perpassada pela preocupação com a juventude. Ele voltou a falar da necessidade de contemplar o presépio, como fez em outros momentos do tempo do Advento, mas desta vez destacou os rostos jovens de José e de Maria.
Francisco lembrou que não se pode falar de futuro sem contemplar esses rostos jovens e assumir responsabilidade para com eles. “Falar de um ano que termina é sentirmo-nos convidados a pensar como estamos a interessar-nos com o lugar que os jovens têm na nossa sociedade”.
O Santo Padre considerou o paradoxo da cultura de hoje com relação aos jovens: por um lado, eles são idolatrados, procurando tornar eterna a juventude; por outro, são condenados a não ter um espaço de real inserção, sendo obrigados a mendigar ocupação que não existe.
“Privilegiamos a especulação em vez de trabalhos dignos e genuínos que lhes permitam ser protagonistas ativos na vida da nossa sociedade. Esperamos deles e exigimos que sejam fermento de futuro, mas discriminamo-los e ‘condenamo-los’ a bater a portas que, na maioria delas, permanecem fechadas”.
Hoje, ao contemplar o presépio e os rostos jovens de Maria e José, Francisco disse que cada um é convidado a assumir o compromisso de ajudar os jovens a encontrar um horizonte concreto de um futuro a ser construído. “Se queremos apontar para um futuro que seja digno deles, só o poderemos alcançar apostando numa verdadeira inclusão: a inclusão resultante do trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário”.
“Ver o presépio desafia-nos a ajudar os nossos jovens para não ficarem desiludidos à vista das nossas imaturidades, e a estimulá-los para que sejam capazes de sonhar e lutar pelos seus sonhos; capazes de crescer e tornar-se pais e mães do nosso povo”, acrescentou o Santo Padre.
Por fim, Francisco convidou os fiéis a, nesse fim de ano, voltarem às fontes e às raízes da fé. “Em Jesus, a fé faz-se esperança, torna-se fermento e bênção: ‘Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria’”.