Sentido do Natal

Natal é revanche da humildade sobre a arrogância, diz Papa na catequese

Francisco explicou na catequese de hoje o sentido da celebração e deixou um pedido: “Não mundanizemos o Natal”

Da Redação, com Boletim da Santa Sé 

Neste Natal, Papa convida fiéis a contemplar o presépio e receber as surpresas de Deus / Foto: Reprodução Youtube Vatican News

O Natal foi o tema da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 19. Francisco reflete sobre o verdadeiro sentido dessa celebração e faz um pedido: “Não mundanizemos o Natal”.  

Francisco citou que as árvores e luzes já recordam que este ano haverá festa e a máquina publicitária convida a trocar presentes sempre novos. “É esta a festa que agrada a Deus? De que Natal Ele gostaria, quais presentes, quais surpresas?”, questionou o Papa. 

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Ele convidou os fiéis a olhar para o primeiro Natal da história, que foi cheio de surpresas: o anúncio do anjo a Maria; depois José, chamado a ser pai de um filho que não havia gerado; outra surpresa foi quando Deus, em sonho, pede a José para receber Maria como esposa e depois ainda o pedido para seguir para o Egito. “O Natal causa mudanças de vida inesperadas. E se nós queremos viver o Natal, devemos abrir o coração e estar dispostos às surpresas, isso é, a uma mudança de vida inesperada”. 

A maior surpresa, segundo o Pontífice, chega na noite de Natal: o Altíssimo é um pequeno menino. “A acolher o Salvador não são as autoridades da época; são os simples pastores que, surpreendidos pelos anjos enquanto trabalhavam à noite, correm sem demora. Quem teria esperado isso? Natal é celebrar o inédito de Deus, ou melhor, um Deus inédito, que inverte as nossas lógicas e nossas expectativas”. 

Celebrar o Natal, nesse sentido, é acolher na terra as surpresas do Céu, explicou Francisco. O Natal, acrescentou, inaugura uma época onde a vida não se programa, mas se doa, onde não se pode viver para si, mas para Deus. “Natal é a revanche da humildade sobre a arrogância, da simplicidade sobre a abundância, do silêncio sobre o tumulto, da oração sobre “meu tempo”, de Deus sobre o meu ‘eu’”.

O Papa ainda deixou como exemplo o próprio Jesus, Maria e José, dizendo que celebrar o Natal é fazer como eles: como Jesus – caminhar em direção a quem precisa – como Maria – confiar em Deus mesmo sem entender o que Ele fará – e como José – levantar-se para fazer o que Deus quer, mesmo que esse não seja o nosso plano. 

“Natal é preferir a voz silenciosa de Deus ao barulho do consumismo. Se soubermos ficar em silêncio diante do presépio, o Natal será uma surpresa também para nós, não algo já visto. Estar em silêncio diante do presépio: este é o convite para o Natal. Tire um pouco de tempo, vá diante do presépio e fique em silêncio, E ouvirás, verás a surpresa”. 

Infelizmente, há o risco de confundir a festa e acabar preferindo as coisas da terra às novidades do céu, ponderou Francisco. Ele alertou que se o Natal for apenas uma festa tradicional, onde o centro é o homem e não Jesus, então será uma ocasião perdida. “Por favor, não mundanizemos o Natal! Não coloquemos de lado o Festejado”. 

E o Papa concluiu: “Não será Natal se procurarmos o brilho cintilante do mundo, se nos enchermos de presentes, almoços e jantares, mas não ajudarmos pelo menos um pobre que se assemelha a Deus, porque no Natal Deus veio pobre. (…) Queridos irmãos e irmãs, desejo-vos um Feliz Natal, um Natal rico das surpresas de Jesus!”. 

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