Em Missa em memória dos cardeais e bispos falecidos durante o ano, Francisco exortou fiéis a viver em busca da ressurreição
Da redação
Na manhã desta segunda-feira, 4, o Papa Francisco presidiu a Santa Missa em memória dos cardeais e bispos falecidos durante o ano. Em sua homilia, frisou que o homem não nasce para a morte, mas para a ressurreição.
“As leituras que escutamos nos lembram que viemos ao mundo para ressuscitar. Não nascemos para a morte, mas para a ressurreição. Jesus diz no Evangelho que ressuscitaremos no último dia”.
O Santo Padre incentivou os fiéis a se questionarem: “O que me sugere o pensamento da ressurreição? Como correspondo à minha vocação para ressuscitar?”. Como ajuda para responder a estas indagações, Francisco sugere a frase de Jesus, relatada no Evangelho de hoje: “Quem vier a mim, eu não o rejeitarei”. O convite de Jesus também é destacado: “Vinde a mim”.
Segundo o Papa, Jesus é quem vacina homens e mulheres contra a morte, contra o medo. “‘Vamos a Jesus’. Parece uma banal e genérica exortação espiritual, mas tentemos concretizá-la interrogando-nos”, sublinhou. O Pontífice provocou os cristãos católicos a meditar como têm vivido no dia a dia, no trabalho, na família. “Tenho levado as pessoas a Jesus ou fiz tudo fechado em meus pensamentos, feliz pelo que foi bom e me lamentando pelo que foi mal? Em resumo, vivo a caminho do Senhor ou girando em torno de mim mesmo?”.
“Qual é a direção do meu caminho? Procuro apenas causar uma boa impressão exercendo apenas a minha função e defendendo tudo no meu tempo e no meu espaço?”, prosseguiu o Santo Padre. A afirmação de Jesus é intrigante, de acordo com Francisco: “Quem vier a mim, eu não o rejeitarei”. A frase supõe, segundo o Papa, a expulsão para o cristão que não vai a Deus. “Não se pode ser de Jesus e girar sobre si mesmo. Quem é de Jesus vive em saída para Ele”, completa.
Para Francisco, a vida é uma eterna saída. “Hoje ao mesmo tempo que rezamos pelos cardeais e bispos que saíram desta vida para ir ao encontro do ressuscitado, não podemos esquecer a saída mais importante e difícil que dá sentido a todas as outras: a saída de nós mesmos. Só saindo de nós mesmo que abrimos a porta que leva ao Senhor. Peçamos esta graça: Senhor quero vir até vós através da estrada e dos companheiros de viagem de cada dia. Ajudai-me a sair de mim mesmo para ir ao encontro de vós que sois a vida”.
A primeira leitura de hoje foi apontada pelo Santo Padre como um estímulo para a busca da ressurreição. “Judas Macabeu acreditava que uma bela recompensa guarda aqueles que morrem com sentimento de piedade. Em outras palavras, são os sentimentos de piedade que geram uma bela recompensa. A piedade e a compaixão pelos outros abrem as portas da eternidade”, frisou. Segundo o Papa, inclinar-se sobre os necessitados para os servir é a antecâmara do paraíso.
Outro estímulo dado pelo Pontífice é uma sugestão de Santo Inácio: tomar uma decisão importante, sempre imaginando estar diante de Deus no fim dos dias. “Nesta perspectiva, cada opção de vida será bem feita, pois está mais próxima do sentido e objetivo da vida. (…) A vida se julga bem a partir do seu fim”, explicou.
Por fim, o Papa exortou os fiéis a realizarem opções que tenham sabor de eternidade e gosto do amor. “Por entre as muitas vozes do mundo que nos fazem perder o sentido da existência, sintonizemo-nos com a vontade de Jesus, (…) Ele que é um alvorecer de ressurreição”.