Na catequese, Santo Padre falou sobre mais duas obras de misericórdia espirituais, ainda na perspectiva do Ano Santo
Da Redação, com Rádio Vaticano
Dar bom conselho e ensinar os ignorantes. Foi sobre essas duas obras de misericórdia espirituais que o Papa Francisco se concentrou na catequese desta quarta-feira, 23, realizada na Sala Paulo VI. O tema ainda segue a perspectiva do Ano da Misericórdia, encerrado no último domingo, 20.
“Pensemos por exemplo nas crianças que ainda são analfabetas, carentes de instrução. Esta é uma condição de grande injustiça, que lesa a própria dignidade da pessoa. Sem instrução, as pessoas se tornam fácil alvo da exploração e de várias formas de marginalização social”.
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.: Íntegra da catequese
Ao longo dos séculos, a Igreja sempre se engajou neste campo, educando aos valores humanos, pois acredita que a instrução é realmente uma peculiar forma de evangelização. O Papa pediu aos fiéis um aplauso aos muitos sacerdotes, consagrados e consagradas e leigos que dedicaram a vida na educação e instrução de crianças e jovens.
Conselho
Dar bom conselho, por sua vez, é procurar ajudar a pessoa confusa, indecisa, duvidosa, a superar o tormento e a aflição que lhe provocam as suas dúvidas. “Expressar misericórdia pelos inseguros equivale a aliviar a dor e o sofrimento que provêm do medo e da angústia que são consequências da dúvida. É um ato de verdadeiro amor pelo qual se ampara e apoia a pessoa na fragilidade da sua incerteza e hesitação”.
Sobre as dúvidas de fé, o Santo Padre disse que elas podem ser um sinal de querer conhecer melhor Deus e o mistério do seu amor pela humanidade. Nesse sentido, é algo positivo, pois leva a aprofundar a fé. “Em todo o caso, as dúvidas devem ser superadas. Para isso é necessário escutar a Palavra de Deus e compreender o que nos ensina, principalmente na catequese”.
As dúvidas fazem crescer
“Não façamos da fé uma teoria abstrata, onde as dúvidas se multiplicam, mas uma vida, procurando pô-la em prática no serviço aos nossos irmãos, sobretudo aos mais necessitados. Então todas as dúvidas desaparecem, porque sentimos a presença de Deus e a verdade do Evangelho no amor que, sem mérito algum da nossa parte, habita em nós e partilhamos com os outros”.
Na conclusão, o Pontífice constatou que estas duas obras de misericórdia não estão distantes da vida do dia a dia e cada um pode se comprometer em vivê-las e colocar em prática a Palavra do Senhor ao dizer que o mistério do amor de Deus não foi revelado aos sábios e inteligentes, mas aos menores.
“O ensinamento mais profundo a que somos chamados a transmitir e a certeza mais segura para sairmos da dúvida é o amor de Deus, aquele com que fomos amados: um amor grande, gratuito e doado para sempre”.