Papa retoma a problemática da migração na região do Mediterrâneo pedindo esforços para que se evite a globalização da indiferença
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Papa Francisco enviou uma mensagem à VII Conferência Rome MED Dialogues, realizada de 2 a 4 de dezembro. A proposta é repensar a abordagem tradicional da área do Mediterrâneo e procurar respostas novas e partilhadas para os importantes desafios que esta coloca. O evento é promovido anualmente pelo Ministério Italiano para os Negócios Exteriores e a Cooperação Internacional do Instituto para os Estudos de Política Internacional.
“O Mediterrâneo é lugar de fronteira, e portanto de encontro, de três continentes, que não só por ele são banhados, mas que se tocam um ao outro e são, portanto, chamados a conviver”, afirma o Papa na mensagem.
Segundo Francisco, a interconexão neste mar mostra como todo o planeta é uma grande casa comum. E assim, o destino de um país não pode ser independente do destino dos outros. “É necessário que a política e a diplomacia se perguntem e façam todo o possível para impedir que o processo de globalização se torne globalização da indiferença”.
Entre os diversos problemas que se concentram no Mediterrâneo, Francisco destacou o migratório, uma questão que ele tem sempre no coração e que motivou sua primeira viagem apostólica à ilha de Lampedusa em 2013.
“O fenômeno migratório nos mostra, mais uma vez, que tudo está conectado, e nos alerta que uma solução estável requer uma abordagem capaz de levar em conta os múltiplos aspectos a ela ligados, e que os diálogos desta Conferência podem evidenciar”.
O Mediterrâneo é também centro de atenção constante da Igreja, lembrou o Papa. Ele recordou o encontro realizado no ano passado em Bari – “Mediterrâneo fronteira de paz”, promovido pela Conferência Episcopal Italiana e que terá sequência no próximo ano com um encontro em Florença.
“Desejo a todos vocês um frutuoso encontro, assegurando a minha oração e invocando a bênção de Deus”, concluiu Francisco.