O Papa Francisco voltou a pedir hoje o fim das armas nucleares, tema que foi abordado em seu discurso na ONU nesta sexta-feira
Da redação, com VaticanNews
Neste sábado, 26, Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, o Papa Francisco postou em sua conta no twitter várias mensagens direcionadas à ONU, que realiza sua 75° Assembleia Geral, e pediu o compromisso de todos por um mundo sem armas de destruição em massa.
“Peçamos ao Senhor o dom da paz, um mundo sem armas de destruição em massa! Vamos nos empenhar para libertar a humanidade das armas nucleares, grave ameaça ao gênero humano”, escreveu o Pontífice.
Em outra mensagem, postada minutos antes, o Papa já havia afirmado: “Devemos desmantelar a lógica perversa que atribui à posse de armas a segurança pessoal e social. Tal lógica só serve para aumentar os lucros da indústria bélica, alimentando um clima de desconfiança e de medo entre as pessoas e os povos”.
Apelo à ONU
Em seu discurso na ONU, enviado por vídeo nesta sexta-feira, 25, o Francisco já havia abordado este tema.
O Papa se referiu precisamente ao Tratado de Não Proliferação, esperando que a próxima Conferência de Revisão dessa convenção jurídica internacional seja traduzida em ações concretas para “pôr um fim […] à corrida armamentista nuclear”.
O Santo Padre também destacou o desperdício de recursos causado pela produção de armas nucleares: “Devemos nos perguntar se as principais ameaças à paz e à segurança, tais como a pobreza, as epidemias e o terrorismo, entre outras, podem ser enfrentadas eficazmente quando a corrida armamentista, incluindo as armas nucleares, continua a desperdiçar recursos preciosos.”
A dissuasão fomenta o medo
Na reflexão, o Papa Francisco refutou, então, o princípio da “dissuasão nuclear” que guiou as superpotências mundiais durante décadas: “fomenta um espírito de medo baseado na ameaça de aniquilação mútua, que acaba envenenando as relações entre os povos e dificultando o diálogo”. Por todas essas razões, o Pontífice exortou todos os atores da comunidade internacional a “quebrar o clima de desconfiança existente”.