Papa encontrou-se com bispos, padres, religiosos, seminaristas e catequistas na Catedral de São Martinho, deixando seus votos para a Igreja na Eslováquia
Da Redação, com Vatican News
“Venho como irmão, um de vocês”. Com essa expressão de proximidade, o Papa Francisco reuniu-se com os bispos, sacerdotes, religiosos, seminaristas e catequistas da Eslováquia nesta segunda-feira, 13. O encontro foi na Catedral de São Martinho, na capital Bratislava.
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Francisco disse que sua presença ali era para partilhar o caminho da igreja eslovaca. E lembrou que a Igreja se faz em conjunto, percorrendo as estradas da vida com a chama do Evangelho acesa. Ele indicou com três palavras o que se espera da Igreja: liberdade, criatividade e diálogo.
“Sem liberdade não há verdadeira humanidade”, afirmou o Papa. O ser humano foi criado livre para permanecer livre. “A Igreja de Cristo não quer dominar as consciências e ocupar os espaços, quer ser uma «fonte» de esperança na vida das pessoas. (..) Que ninguém se sinta oprimido. (…) Que o anúncio do Evangelho seja libertador, nunca opressivo; e a Igreja, sinal de liberdade e acolhimento.”
Criatividade: o exemplo dos santos Cirilo e Metódio
Ao falar da criatividade, o Pontífice citou o exemplo dos Santos Cirilo e Metódio, evangelizadores das terras eslavas. Eles inventaram um novo alfabeto para a tradução da Bíblia. Então, o Papa fez uma provocação: “Por acaso, não precisa disto, também hoje, a Eslováquia? Porventura não será esta a tarefa mais urgente da Igreja entre os povos da Europa: encontrar novos «alfabetos» para anunciar a fé?”
“À vista da perda do sentido de Deus e da alegria da fé, não adianta lamentar-se, entrincheirar-se num catolicismo defensivo, julgar e acusar o mundo; o que serve é a criatividade do Evangelho.”
O diálogo
Por fim, o Papa falou sobre o diálogo, a necessidade de uma Igreja que sabe dialogar com o mundo, mesmo com quem não crê. Para Francisco, é preciso responder ao convite de Jesus a romper o círculo vicioso e destruidor da violência, “apresentando a outra face a quem nos bate, para vencer o mal com o bem”.
Como exemplo, citou a história do cardeal jesuíta Korec, perseguido pelo regime, encarcerado, forçado a trabalhar até adoecer. “Quando foi a Roma no Jubileu do ano 2000, deslocou-se às catacumbas e acendeu uma vela pelos seus perseguidores, implorando para eles misericórdia. Isto é Evangelho!”.
O Papa concluiu seu discurso fazendo votos de que a Igreja eslovaca continue seu caminho “na liberdade do Evangelho, na criatividade da fé e no diálogo que brota da misericórdia de Deus”.