Mensagem de Francisco por ocasião do Festival da Fé Católica na Alemanha: “Mesmo nas crises atuais, graças a Deus, podemos ver o quão grande é a disponibilidade de muitos de fazer sacrifícios pelos outros”
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta quarta-feira, 25, aos participantes da 102ª edição do Katholikentag, Festival da Fé dos Católicos Alemães que teve início nesta quarta-feira, 25, em Stuttgart.
“Compartilhar a vida” é o lema do evento que prossegue até o próximo domingo, 29. Francisco ressalta no texto que “Deus é o Criador e Artífice de cada vida. Muitas vezes e de várias maneiras Ele compartilha sua vida divina com o homem, e no Filho Jesus Cristo esta “partilha da vida” de Deus alcança seu auge insuperável: Ele compartilha nossa vida terrena para que possamos participar de sua vida divina. Por isso, é que Ele desce nas profundezas de nossa humanidade. Aos pobres e sofredores Ele dirige o seu amor especial, identificando-se com eles”, escreve o Papa, acrescentando:
“Nestes dias, com o nosso pensamento, estamos próximos às pessoas na Ucrânia e rezamos por todas as pessoas, cujas vidas estão ameaçadas e condicionadas, por todos aqueles que anseiam pela plenitude da vida que só o Senhor pode dar. Imploramos a sua paz.”
Jesus não só compartilha algo conosco, mas doa sua vida por nós. Ele nos pede “para não viver apenas para nós mesmos, mas dedicar nossas vidas a Deus e ao próximo. Este dom da vida pode assumir muitas formas”, disse Francisco, lembrando das “mães ou pais que se dedicam totalmente aos seus filhos, das muitas pessoas que no serviço eclesial ou nas profissões sociais ou caritativas colocam suas vidas em último lugar para servir e ajudar os outros”.
Disponibilidade de muitos de fazer sacrifícios pelos outros
De acordo com o Pontífice, “mesmo nas crises atuais, graças a Deus, podemos ver o quão grande é a disponibilidade de muitos de fazer sacrifícios pelos outros. Ninguém se salva sozinho. Estamos todos no mesmo barco. Somente juntos iremos adiante. Se cada um der o que tem a oferecer, a vida de todos ficará mais rica e bonita”.
Segundo o Papa, “São Martinho, santo padroeiro da diocese de Rottenburg-Stuttgart, é um exemplo brilhante para nós deste ponto de vista. Dividindo seu manto, não doou ao mendigo que sentia frio apenas o calor capaz de salvar a vida, mas também reconhecimento e estima. Todos aqueles que carregam o nome de Jesus Cristo são chamados a tornar partícipes de nossos meios e de nossas possibilidades aqueles que precisam de ajuda”.
O Papa recorda que mesmo os mais pobres têm algo para doar aos outros, e que mesmo os mais ricos precisam de algo, precisam dos dons de outras pessoas. “Aceitar algo dos outros às vezes é mais difícil do que doar algo, pois isso significa admitir a própria imperfeição. Imploramos humildade para aceitar algo dos outros”, ressalta ainda Francisco.
O Papa conclui, dizendo que “a Virgem Maria é um exemplo dessa atitude humilde em relação a Deus”. Ela “espera tudo dele, implora e aguarda no meio dos Apóstolos, o Espírito Santo, e ainda hoje implora ao nosso lado e conosco este dom entre os dons”.
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