Na Missa de hoje, Papa se concentrou sobre a necessidade de vigilância, serviço e gratuidade na Igreja
Da Redação, com Rádio Vaticano
Vigilância, serviço, gratuidade: são as três palavras que o Papa Francisco ressaltou na homilia da missa desta sexta-feira, 24, na Casa Santa Marta. Ele comentou as duas leituras da Liturgia: a primeira do Livro dos Macabeus; e a segunda do Evangelho de Lucas, ambas com a purificação do Templo como tema. Assim como Judas e seus irmãos reconsagraram o templo profanado pelos pagãos, Jesus expulsa os mercantes da casa do Senhor, transformada de novo em um antro de ladrões.
Como se pode purificar o Templo de Deus?, perguntou o Papa, respondendo: “Com a vigilância, o serviço e a gratuidade”. “O mais importante templo de Deus é o nosso coração”, disse o Papa. “Dentro de nós habita o Espírito Santo. Mas o que acontece em meu coração?”, questionou.
“Aprendi a vigiar dentro de mim para que meu coração seja apenas para o Espírito Santo? Purificar o templo, o templo interior, e vigiar. Fique atento, fique atenta: o que acontece em seu coração? Quem vem… quem vai… Quais são os seus sentimentos, as suas ideias? Você fala com o Espírito Santo? Escuta o Espírito Santo? Vigiar; estar atentos para o que acontece em nosso templo, dentro de nós”.
O Santo Padre destacou que Jesus está presente, de modo especial, nos doentes, naqueles que sofrem, nos famintos e nos encarcerados. “E eu me pergunto: sei custodiar aquele templo? Cuido do templo com o meu serviço? Aproximo-me para ajudar, para vestir, para consolar aqueles que precisam? São João Crisóstomo repreende aqueles que faziam tantas ofertas para decorar, para embelezar o templo, e não cuidavam daqueles que necessitavam. Repreendia-os e dizia: ‘Não, assim não. Primeiro o serviço, depois as decorações”.
Portanto, destacou o Papa, é preciso purificar o templo que são os outros. E quando as pessoas se preparam para prestar um serviço, para ajudar, assemelham-se a Jesus que está ali dentro, acrescentou.
O terceiro comportamento indicado pelo Papa é a gratuidade. “Quantas vezes, que tristeza, entramos em um templo… Por exemplo, numa paróquia, num episcopado, não sei… Entramos e não sabemos se estamos na casa de Deus ou num supermercado. Uma loja, a lista de preços para os sacramentos… falta gratuidade. Deus nos salvou gratuitamente, não nos cobrou nada. Igrejas sejam de serviço, gratuitas, assim como foi gratuita a salvação, e não ‘igrejas de supermercado'”.
Francesco antecipou uma objeção: “é necessário ter dinheiro para manter as estruturas, os sacerdotes, etc.”. E enfatizou: “Dá a gratuidade e Deus fará o resto. Deus fará o que falta”.