Fazer memória da História de Salvação Pessoal leva cristãos a perceber a presença de Deus nos acontecimentos da vida
Da redação, com Rádio Vaticano
O cristão deve sempre se recordar do modo e da circunstância em que Deus entrou em sua vida, porque isso reforça seu caminho de fé. Este foi o pensamento central do Papa Francisco na homilia da missa matutina celebrada quinta-feira, 21, na Casa Santa Marta. A fé é um caminho que, enquanto se percorre, deve fazer memória constante daquilo que foi: das ‘coisas belas’ que Deus realizou ao longo do percurso, e também dos obstáculos e recusas, porque Deus – assegurou o Papa – “caminha conosco e não se assusta com nossas maldades”.
Fazer memória de Deus que salva
Francisco voltou a tocar em um tema já abordado, inspirando-se na primeira leitura do dia, em que Paulo entra, em um dia de sábado, na sinagoga de Antioquia e começa a anunciar o Evangelho a partir dos primórdios do povo eleito; passando por Abraão e Moisés, o Egito e a Terra prometida, até chegar a Jesus. “É uma pregação histórica, a que os discípulos adotam, e é fundamental – sublinhou o Papa – porque consente recordar os momentos salientes e os sinais da presença de Deus na vida do homem”. O Papa recordou a importância de se voltar atrás para ver como Jesus nos salvou, fazendo memória da nossa vida.
“O Senhor respeita”
A Igreja chama o Sacramento da Eucaristia de “memorial”, assim como – lembrou o Papa – o livro de Deuteronômio na Bíblia é o ‘Livro da memória de Israel’. Nós também – afirmou – devemos fazer o mesmo em nossa vida pessoal, porque cada um de nós percorre um caminho, acompanhado por Deus, perto de Deus, ou “afastado do Senhor”. “Faz bem ao coração do cristão fazer memória do próprio caminho: como o Senhor me conduziu até aqui, como me trouxe, pelas mãos; e as vezes que eu disse ao Senhor ‘Afasta-te, não o quero’ e o Senhor respeitou.”
Memória das coisas belas
Do coração – prosseguiu o Pontífice – deve nascer um ‘obrigado’ a Jesus, que nunca deixa de caminhar em nossa história. Quantas vezes – admitiu Francisco – nós lhe fechamos a porta “na cara”, quantas vezes fizemos de conta que não o víamos, não acreditando que Ele estava conosco. Quantas vezes renegamos a sua salvação…’ Mas Ele estava ali”. O Papa terminou dizendo que esta memória, este recordar é primordial, dia após dia. “A memória daquela obra que Deus fez em nós; na recriação, na regeneração, que nos leva além do antigo esplendor de Adão na primeira criação. Eu lhes aconselho, simplesmente a fazer memória! Como foi a minha vida, como foi o meu dia hoje ou como foi este último ano? Memória. Como foi a minha relação com o Senhor? Memória das coisas belas, grandes, que o Senhor fez na vida de cada um de nós”.