Na Missa de hoje, Francisco falou do pecado da corrupção e destacou o serviço como único caminho para vencer esse pecado
Da Redação, com Rádio Vaticano
A corrupção dos poderosos acaba sendo paga pelos pobres, os quais, pela ganância dos outros, acabam sem aquilo de que precisam e têm direito. Nesta afirmação, o Papa Francisco centralizou sua homilia, nesta segunda-feira, 16, na Casa Santa Marta. Ele destacou que o único caminho para vencer o pecado da corrupção é o serviço aos outros, algo que purifica o coração.
Francisco refletiu sobre o trecho bíblico que conta a história de Nabot, proprietário de uma vinha que recusou vendê-la ao rei para não se desfazer da herança de seus pais. Por sua recusa, Nabot foi vítima de uma armadilha e acabou sendo condenado à morte. Então, o rei tomou posse da vinha como se nada tivesse acontecido. Segundo Francisco, essa é uma história que se repete continuamente entre quem detém o poder material, o poder político ou o poder espiritual.
“Precisamos dizer a verdade: a corrupção é um pecado comum, ‘acessível’, que comete aquela pessoa que tem autoridade sobre os outros, seja econômica, política ou eclesiástica. Todos somos tentados à corrupção. É um pecado, porque, quando uma pessoa tem autoridade, se sente poderosa, se sente quase Deus”.
E quem paga o preço da corrupção, segundo o Papa, é o pobre. Ao falar de políticos corruptos ou econômicos, quem paga o preço são os hospitais sem remédios, os doentes que não têm a cura, as crianças sem educação.
“Eles são os modernos Nabot, que pagam a corrupção dos grandes. E quem paga a corrupção de um prelado? As crianças, que não sabem fazer o sinal da cruz, que não sabem a catequese, que não são protegidas. Pagam os doentes que não são visitados, os presos que não têm atenção espiritual. Os pobres pagam. A corrupção é paga pelos pobres materiais e espirituais”.
Na contramão disso, Francisco ressaltou que o único caminho para sair da corrupção, para vencer a tentação desse pecado é o serviço, porque a corrupção vem do orgulho e da soberba, e o serviço humilha. Trata-se de uma caridade humilde para ajudar os outros.
“Hoje, ofereçamos a Missa por esses tantos e tantos que pagam a corrupção, que pagam a vida dos corruptos. Esses mártires da corrupção política, econômica e eclesiástica. Rezemos por eles. Que o Senhor nos aproxime deles. Que o Senhor esteja próximo deles e lhes dê força para seguir adiante em seu testemunho”.