Audiência no Vaticano

Famílias precisam ser acompanhadas no caminho de prevenção do câncer, diz Papa

Em audiência com membros da Liga Italiana contra o Câncer, Papa defendeu difusão de uma cultura da vida acessível a todos

Da Redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira, 26, na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 150 membros da Liga Italiana Contra o Câncer.

Segundo Francisco, essa instituição é uma riqueza para a sociedade italiana, pois com a variedade de seus serviços, forma nas pessoas e nas famílias um estilo de prevenção, favorecendo a mentalidade de que a prevenção oncológica é primeiramente um estilo de vida. Depois, junto com várias realidades na Itália, esse organismo “alimenta o voluntariado, expressão emblemática da gratuidade que deve incidir cada vez mais na vida cotidiana”.

“É necessário difundir uma cultura da vida, formada de atitudes, comportamentos. Uma verdadeira cultura popular, séria, acessível a todos, não baseada em interesses comerciais. As famílias precisam ser acompanhadas no caminho de prevenção. Um caminho que envolve as várias gerações num pacto solidário. Um caminho que valoriza a experiência de quem viveu, com os próprios familiares, o percurso cansativo da patologia oncológica”.

O Papa definiu como preciosa a colaboração de voluntariado da Liga Italiana Contra o Câncer com as estruturas de saúde, públicas e privadas, e também a ajuda oferecida às famílias na vida cotidiana muitas vezes marcada pelo estresse e assistência contínua aos doentes.

Periferia

Segundo Francisco, esse último aspecto é um testemunho em sintonia com a comunidade eclesial chamada por vocação e missão ao serviço a quem sofre e a vivê-lo segundo o binômio tipicamente cristão da humildade e do silêncio. “O bem que se cumpre é eficaz sobretudo quando é feito sem procurar recompensa e sem aparecer nas situações concretas da vida cotidiana”.

Nesse serviço, se exerce também um deslocamento rumo às periferias. “A periferia, de fato, é cada homem e mulher que vive numa condição de marginalização. A periferia é toda pessoa obrigada a viver às margens da sociedade e das relações, sobretudo quando a doença quebra os ritmos habituais, como no caso das patologias oncológicas. A periferia chama em causa a responsabilidade de cada um de nós, porque todo cristão, como toda pessoa animada pelo desejo da verdade e do bem, é um instrumento consciente da graça”.

O Santo Padre acrescentou que cuidar de um doente é uma riqueza inestimável para a sociedade. Isso recorda toda comunidade civil e eclesial de não ter medo da proximidade, da ternura, não ter medo de gastar tempo com laços que ofereçam e recebam apoio e conforto recíproco, espaços de solidariedade autênticos e não formais.

O Papa ressaltou que a saúde é um bem primário e fundamental de cada pessoa, e desejou que a prevenção do câncer possa ser estendida a todos, através da colaboração entre os serviços públicos e privados, e iniciativas da sociedade civil e caritativas.

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