Papa celebrou a Santa Missa na Praça da Liberdade, em Tallin
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco presidiu, nesta terça-feira, 25, a Santa Missa, na Praça da Liberdade, em Tallin, na Estônia. Este é o último dia de visita do pontífice aos países bálticos.
O Santo Padre iniciou sua homilia dizendo ao povo da Estônia que, a partir da primeira leitura, que conta a chegada ao Monte Sinai do povo judeu (Ex 19,1), é impossível não olhar os presentes como povo, não pensar nas nações dos países bálticos.
“Como não vos recordar naquela ‘revolução cantada’ ou naquela corrente de duas milhões de pessoas daqui até Vilna? Vós conheceis as lutas pela liberdade, podeis identificar-vos com aquele povo. Por conseguinte, far-nos-á bem escutar aquilo que Deus diz a Moisés, para compreendermos o que nos diz a nós como povo.”
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O Papa frisou que o povo que chegava ao Sinai era um povo que já havia visto o amor de Deus se manifestar em milagres e prodígios, e que decidiu estabelecer com Ele um pacto de amor, livremente:
“Quando dizemos que somos cristãos, quando abraçamos um estilo de vida, fazemo-lo sem pressões, sem que isso seja uma troca na qual nós fazemos algo se Deus nos fizer qualquer coisa. Mas sobretudo sabemos que a proposta de Deus não nos tira nada; pelo contrário, leva à plenitude, potencializa todas as aspirações do homem. Alguns consideram-se livres, quando vivem sem Deus ou separados d’Ele. Não se dão conta de que, assim, percorrem esta vida como órfãos, sem um lar para onde voltar.”
Liberdade
No decorrer da homilia, Francisco ressaltou a importância da liberdade, e de se manter livres em Deus:
“Vós não conquistastes a vossa liberdade para acabar escravos do consumo, do individualismo ou da sede de poder e domínio. Deus conhece as nossas necessidades, as mesmas que muitas vezes escondemos por detrás do desejo de possuir; e também as nossas inseguranças, superadas por meio do poder. A sede que habita em todo o coração humano, Jesus encoraja-nos – no Evangelho que escutamos – a superá-la no encontro com Ele. É Ele que nos pode saciar, cumular-nos com a plenitude própria da fecundidade da sua água, da sua pureza, da sua força arrebatadora. A fé é também dar-se conta de que Ele está vivo e nos ama; que não nos abandona e, por isso, é capaz de intervir misteriosamente na nossa história; tira o bem do mal com o seu poder e a sua infinita criatividade.”
O Papa falou sobre a eleição do cristão, dizendo que ser eleito não significa exclusividade nem uma separação, mas alguém que não se esconde, não se considera melhor por isso, mas fermenta a massa.
“A águia põe a seguro os seus filhotes, leva-os para lugares escarpados enquanto não conseguem sobreviver sozinhos, mas depois deve forçá-los a sair daquele lugar tranquilo. Sacode a sua ninhada, deixa os pequeninos suspensos no vazio para testarem as suas asas; mas permanece debaixo deles para os proteger, impedindo que se machuquem. De igual modo procede Deus com o seu povo eleito, o que ‘em saída’, ousado no seu voo e sempre protegido apenas por Ele. Temos de vencer o medo e deixar os espaços blindados, porque hoje a maioria dos estonianos não se reconhece como crentes.”
Santidade
Ao final da homilia, Francisco salientou que a santidade não é para alguns, mas para todos, e que cada um é chamado a dar o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde se encontra.
“Hoje, escolhamos ser santos, sarando as margens e as periferias da nossa sociedade, onde o nosso irmão jaz e sofre a sua exclusão. Não deixemos, para aquele que vier depois de mim, a iniciativa de o socorrer, nem que seja uma questão a ser resolvida pelas instituições; mas nós próprios detenhamos o nosso olhar naquele irmão e estendamos-lhe a mão para o levantar, porque nele está a imagem de Deus, é um irmão redimido por Jesus Cristo. Isto significa ser cristão e a santidade vivida dia a dia.”