Refugiados e migrantes

Escola e universidade sejam espaços de integração, pede Papa

Francisco recebeu os participantes do congresso intitulado “Iniciativas na educação de refugiados e migrantes”, promovido pela Pontifícia Universidade Gregoriana 

Da Redação, com Vatican News

Foto: CNA

O Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, nesta quinta-feira, 29, os participantes do congresso intitulado “Iniciativas na educação de refugiados e migrantes”, promovido pela Pontifícia Universidade Gregoriana.

O encontro reflete sobre as necessidades dos migrantes, sobretudo crianças e jovens, como por exemplo “ir à escola e continuar seus estudos, mesmo que desarraigados de suas terras”.  O Papa falou sobre a importância de promover três áreas: a pesquisa, o ensino e a promoção social.

O direito de não ter que emigrar

Em relação à pesquisa, Francisco acredita ser oportuno realizar mais estudos sobre o “direito de não ter que emigrar”. “É importante refletir sobre as causas dos fluxos migratórios e sobre as formas de violência que levam a partir para outros países. Refiro-me, naturalmente, aos conflitos que devastam tantas regiões do mundo. Mas também gostaria de sublinhar outro tipo de violência, que é o abuso da nossa Casa comum.”

Segundo o Papa, o planeta está enfraquecido pelo excesso de exploração de seus recursos e desgastado por décadas de poluição. “Por causa disso, cada vez mais pessoas são obrigadas a deixar suas terras, que se tornaram inabitáveis”. 

O mundo acadêmico, acrescenta o Papa, especialmente o mundo católico, é chamado a desempenhar um papel de liderança na prestação de respostas aos desafios ecológicos. “Com base em dados científicos, vocês podem ajudar a iluminar e direcionar as escolhas dos governantes para um cuidado eficaz da Casa comum.”

A propósito do ensinamento, o Papa disse que “muito foi feito, mas muito ainda deve ser feito em relação à educação dos refugiados”.

Nesse sentido, será importante continuar dando prioridade aos mais vulneráveis, frisou.  Podem ser eficazes, a oferta de cursos que respondam às suas necessidades, a organização de percursos educacionais à distância e a concessão de bolsas de estudo que permitam sua realocação.

Títulos de estudo

O Papa espera que as universidades possam facilitar o reconhecimento dos títulos de estudo e do profissionalismo dos migrantes e refugiados, em benefício deles mesmos e das sociedades que os acolhem. “Escola e universidade são espaços privilegiados não só de ensino, mas também de encontro e integração.”

Segundo o Pontífice, é possível amadurecer na humanidade e construir juntos um ‘nós’ maior, pois na disponibilidade recíproca, são gerados espaços para o confronto frutífero entre diferentes visões e tradições, que abrem a mente para novas perspectivas”, 

Segundo Francisco, para responder aos novos desafios da migração, é preciso formar de maneira específica e profissional os agentes e professores que trabalham com os migrantes e refugiados.

“As universidades católicas são chamadas a educar seus alunos, que amanhã serão administradores, empresários e artífices de cultura, para uma leitura atenta ao fenômeno da migração, numa perspectiva de justiça e corresponsabilidade global e comunhão na diversidade.”

O Papa ressaltou ainda a necessidade de promover encontros significativos com os protagonistas, para que professores e alunos tenham a oportunidade de conhecer as histórias de homens e mulheres migrantes, refugiados, deslocados ou vítimas do tráfico de pessoas.

As diversidades são riquezas

Sobre a promoção social, Francisco disse que as universidades são instituições que interagem com o contexto social em que atuam.  Para o Pontífice, elas podem “ajudar a identificar e indicar as bases para a construção de uma sociedade intercultural, onde as diversidades étnicas, linguísticas e religiosas são consideradas uma riqueza e não um obstáculo para o futuro comum.

O Papa recordou o 108º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado celebrado no último domingo, 25, em que convidou todos a se comprometerem com a construção do futuro com os migrantes e refugiados. Segundo ele, a história ensina que a contribuição de migrantes e refugiados foi fundamental para o crescimento social e econômico das sociedades. 

“E é ainda hoje. O seu trabalho, sua capacidade de sacrifício, sua juventude e seu entusiasmo enriquecem as comunidades que os acolhem. Mas essa contribuição poderia ser muito maior se valorizada e apoiada por meio de programas direcionados”.

Francisco disse ainda que o trabalho realizado nas áreas da pesquisa, do ensino e da promoção social, encontra suas coordenadas nos quatro verbos que resumem o compromisso da Igreja com os migrantes e refugiados: acolher, proteger, promover e integrar. 

“Todas as instituições educacionais são chamadas a serem locais de acolhimento, proteção, promoção e integração para todos, sem excluir ninguém”, concluiu o Santo Padre. 

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