A Sala de Imprensa da Santa Sé atualiza a situação do Pontífice que se recupera em sua residência; Francisco continua sua terapia farmacológica e fisioterapia respiratória e motora
Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco em sacada do Hospital Gemelli em 23 de março de 2025 / Foto: Joyce Mesquita
O Papa Francisco segue em período de recuperação e repouso – que deve durar dois meses – em sua residência, a Casa Santa Marta. O Pontífice continua entre terapia farmacológica, fisioterapia motora e respiratória (esta última em particular para a recuperação de sua voz), momentos de oração pessoal e a Missa concelebrada na capela da residência.
Em uma entrevista coletiva com jornalistas credenciados, a sala de imprensa da Santa Sé atualizou detalhes sobre a saúde do Papa, que recebeu alta no último domingo, 23. Foram 38 dias de hospitalização em Roma devido a uma pneumonia bilateral. “Ele está convalescendo nos termos descritos pelos médicos no sábado”, explicou a Sala de Imprensa da Santa Sé.
Os médicos Sergio Alfieri e Luigi Carbone (respectivamente o diretor da equipe que acompanhou o Papa durante sua hospitalização e o médico referente do Santo Padre) explicaram que o Papa terá que continuar sua terapia farmacológica “ainda por um longo tempo e por via oral”. Também é necessária fisioterapia motora e respiratória em tempo integral e a recomendação de evitar encontros, tanto individuais quanto em grupo. Além disso, assistência 24 horas para atender às “necessidades”, começando com oxigênio, e para intervir em caso de eventuais emergências. Esse serviço é garantido pela Diretoria de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano.
Uma equipe médica está sempre presente com o Papa. A administração de oxigênio continua da mesma forma como anunciada nos últimos dias de sua hospitalização: portanto, à noite, oxigenação de alto fluxo com cânulas nasais, que continua durante o dia, mas com uma redução progressiva.
Missas e atividade de trabalho
Como já havia feito no Gemelli, em Santa Marta o Papa também foi à pequena capela do segundo andar para concelebrar a Missa. Francisco também prossegue com atividade de trabalho na forma descrita nos últimos dias. Hoje, por exemplo, o boletim do meio-dia anunciou as nomeações do núncio apostólico em Belarus, monsenhor Ignazio Ceffalia, e do defensor do vínculo do Tribunal da Rota Romana, monsenhor Francesco Ibba.
Ainda não há indicações precisas sobre o programa para os próximos dias, muito menos para o futuro, com as celebrações dos vários Jubileus e ritos da Semana Santa. A recuperação é, naturalmente, aguardada e “esperadas melhoras clínicas”, como dizem os médicos. “Algumas coisas estão em processo de decisão, para serem avaliadas com base nas melhoras que ocorrerão na semana que vem”, explica a Sala de Imprensa.
Relembre como foi a alta do Papa:
O texto da catequese da audiência geral será divulgado
Para esta quarta-feira, 26, não há audiência geral e o texto preparado da catequese será distribuído por escrito, como aconteceu nas últimas quatro quartas-feiras desde 14 de fevereiro. É provável que o mesmo aconteça no domingo com o Angelus, mas aguardam-se atualizações sobre isso. No momento, é possível prever modalidades semelhantes às dos domingos anteriores, portanto, a distribuição do texto através da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Por enquanto, o Papa Francisco não está recebendo visitas e, nesses dois dias, ele só viu seus colaboradores mais próximos. Quanto às visitas planejadas de chefes de Estado e de governo, não há previsão.
As palavras do médico Alfieri
Francisco está feliz por estar de volta em casa. Tanto Alfieri quanto Carbone já haviam dito isso, enfatizando também o “bom humor” recuperado pelo Pontífice uma vez registrada sua melhora efetiva.
A fase mais perigosa da doença certamente já passou e as infecções mais importantes foram debeladas, como foi declarado na conferência de imprensa no sábado no Gemelli. Na mesma conferência, Alfieri destacou que, por causa de duas crises, o Papa arriscou sua vida.
Nesta terça-feira, em uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o mesmo especialista explica que o pior momento ocorreu na tarde de 28 de fevereiro, quando a condição de Francisco piorou devido à crise de broncoespasmo. “Pela primeira vez, vi lágrimas nos olhos de algumas pessoas que estavam ao redor dele. Pessoas que, percebi durante esse período de hospitalização, o amam sinceramente, como a um pai. Todos nós sabíamos que a situação havia se deteriorado ainda mais e que havia o risco de ele não sobreviver”.
Alfieri comentou ainda, na entrevista, a difícil tomada de decisões que a equipe precisou fazer. “Tivemos que escolher entre parar e deixá-lo ir ou forçar e tentar com todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo o risco muito alto de danificar outros órgãos. E, no final, tomamos esse caminho”, disse, enfatizando que a decisão foi do Papa.
“Desde o primeiro dia, ele nos pediu para contar a verdade e queria que contássemos a verdade sobre sua condição”. Mesmo em relação à comunicação, o médico relata: “comunicávamos a parte médica aos secretários e eles acrescentavam as outras informações que o Papa aprovava, nada foi alterado ou omitido. Ele tem pessoas que já são como membros da família, estão sempre com ele”.