Citando o exemplo do bom samaritano, Papa disse que se deve deixar que Deus escreva a história de cada um
Da Redação, com Rádio Vaticano
“Deixemos que Deus escreva a nossa vida”. Esta foi a exortação do Papa aos fiéis na Missa celebrada nesta segunda-feira, 7, na Casa Santa Marta. O Santo Padre deu destaque às figuras de Jonas e do Bom Samaritano.
“Jonas serviu o Senhor, rezou muito e fez o bem, mas quando o Senhor o chamou, ele fugiu. Ele tinha a sua história já escrita e não queria ser incomodado. O Senhor o enviou a Nínive e ele tomou um navio para a Espanha, fugindo do Senhor”, começou o Papa em sua homilia.
Ele explicou que é uma tentação cotidiana fugir de Deus, não sentir sua proposta no coração e ignorar seu convite. Francisco citou o episódio do sacerdote que passava pela rua e viu um homem moribundo, jogado no chão. Para não chegar tarde à Missa, o padre continuou seu caminho, sem ouvir a voz de Deus que falava com ele ali.
Em seguida, Francisco recordou o levita que também passou e ignorou o homem, temendo que este fosse morto e ele fosse obrigado a testemunhar diante do juiz. “Ele também fugiu da voz de Deus”, disse o Papa, acrescentando que somente teve a capacidade de entender a voz de Deus aquele que fugia constantemente dele: o pecador, o samaritano que mesmo afastado de Deus, ouviu a sua voz e se aproximou.
“O samaritano não era acostumado a práticas religiosas, à vida moral, mas, todavia, ele entendeu que Deus o chamava e não fugiu. Se aproximou, curou suas feridas com óleo e vinho, colocou o homem em seu cavalo, levou-o a seu albergue e cuidou dele. Perdeu toda a sua noite”.
O Santo Padre explicou então que Jonas, o sacerdote e o levita fugiram de Deus porque seus corações estavam fechados, não podiam ouvir sua voz. Ao contrário, um samaritano que passava ‘viu e teve compaixão’: tinha o coração aberto, era humano. Jonas, disse o Papa, queria escrever a própria história, bem como o sacerdote e o levita. Já o pecador deixou que Deus a escrevesse.
“Agora eu me pergunto e pergunto a vocês: nós deixamos que nossa vida seja escrita por Deus ou queremos nós escrevê-la? Somos dóceis à Palavra de Deus? Temos capacidade para encontrar a Palavra de Deus na história todos os dias, ou não deixamos que a surpresa do Senhor nos fale?”
Francisco concluiu pedindo que todos possam ouvir a voz do Senhor, a Sua voz, que diz “Vá e faça assim!”.