Francisco lembrou, em sua homilia, que há mais cristãos perseguidos no mundo contemporâneo do que no início dos séculos
Da redação, com Vatican News

Nas Catacumbas de Priscila, Francisco celebrou a missa de Finados, neste sábado, 2 / Foto: Reprodução Vatican News
Direto das Catacumbas de Priscila, em Roma, onde estão enterrados o Papa Marcelino e o Papa Marcelo I, o Sucessor de Pedro realizou uma celebração em que lembrou aqueles fiéis defuntos que nos precederam à Casa do Pai, no Dia de Finados.
“Esta é a primeira vez em minha vida que estou em uma catacumba. E nos faz pensar sobre esta cultura de enterrar os mortos e celebrar a eucaristia aqui dentro”, disse o Papa Francisco assim que deu início à celebração. “Este é um momento de história. Existem hoje catacumbas em outros países, em que fiéis também devem fingir fazer uma festa para poder celebrar a eucaristia, já que é proibido naquele lugar fazer isto. Hoje há mais cristãos perseguidos do que nos primeiros séculos”, acrescentou, de maneira enfática.
O local por circunstância desta celebração, fez o Santo Padre ponderar acerca de três palavras: a identidade, o lugar e a esperança. “A identidade deste povo que se reunia aqui para louvar o Senhor, a mesma dos nossos irmãos hoje em tantos países, onde ser cristão é um crime, não é um direito. A identidade do cristão é esta, as bem-aventuranças. Não há outras. Se você vive assim, você é cristão”, examinou.
Quanto à segunda palavra, o lugar, o Pontífice observou que celebrar a eucaristia ali, naquela catacumba, fez com que pensasse nos milhares de cristãos que não podem professar sua fé com liberdade nas mais diversas partes do mundo. “O lugar do cristão é em todo lugar. Não um lugar privilegiado ― alguns querem tê-lo, são os cristãos qualificados. Mas estes correm risco de cair. A alma dos justos está nas mãos de Deus e onde Ele quiser que você esteja”, examinou.
Por fim, Francisco detalhou a terceira palavra que citara, esperança. “A esperança está nos céus. Esta ancorada ali e nós, com a corda em mãos, sustentamo-nos olhando para cima. Identidade, as bem-aventuranças, o lugar mais seguro nas mãos de Deus chagadas de amor, a esperança no outro lado, na outra margem. E sempre seguro na corda. Muitas vezes não a veremos, mas devemos estar seguros”, refletiu o Santo Padre nas Catacumbas de Priscila.