Francisco recordou crise econômica e desemprego: “mercados financeiros nunca estiveram tão inflacionados como agora”
Da redação, com Vatican News
Neste mês de maio, Papa Francisco pede por finanças mais justas, inclusivas e sustentáveis. A intenção de oração do Pontífice para este mês foi divulgada nesta terça-feira, 4.
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A Rede Mundial de Oração do Papa (Apostolado da Oração), por meio da iniciativa “O Vídeo do Papa” publicou um vídeo sobre o tema.
Mundo das finanças
Na intenção intitulada “O mundo das finanças”, o Santo Padre pede um mundo financeiro que cuide das pessoas.
O Pontífice recordou que a economia real, a que cria emprego, está em crise. Muitas pessoas estão sem trabalho e os mercados financeiros nunca estiveram tão inflacionados como agora.
“Quão longe está o mundo das grandes finanças da vida da maioria das pessoas!”, afirmou o Papa.
Especulação
As finanças, se não estiverem regulamentadas, tornam-se pura especulação reforçada por algumas políticas monetárias, advertiu Francisco.
“Essa situação é insustentável. É perigosa”, frisou o Papa, que já advertiu isso na Encíclica Fratelli Tutti, denunciando “interesses de poder” que levam à criação de “uma nova cultura a serviço dos mais poderosos”.
Nessa “nova cultura”, o Pontífice alertou que “os pobres são os que sempre perdem”. “Para evitar que os pobres voltem a pagar as consequências, a especulação financeira deve ser estritamente regulamentada”.
“Especulação. Quero sublinhar esse termo. Que as finanças sejam instrumentos de serviço, instrumentos para servir as pessoas e cuidar da casa comum!”, pediu.
Não deixar ninguém para trás
Segundo Francisco, ainda podemos pôr em andamento um processo de mudança global para praticar uma economia diferente. Ela deve ser mais justa, inclusiva, sustentável e não deve deixar ninguém para trás.
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“Vamos fazer isso! E rezemos para que os responsáveis pelo mundo financeiro colaborem com os governos para regulamentar os mercados financeiros e proteger os cidadãos em perigo”, concluiu.
Covid-19 e consequências globais
Pouco mais de um ano após o início da pandemia da Covid-19, observam-se todos os tipos de consequências globais. Delas, não se excluem as econômicas e finanças.
O Produto Interno Bruto (PIB) mundial, para nomear um indicador, sofreu em 2020 sua queda mais acentuada desde o fim da II Guerra Mundial.
Milhões de pessoas desempregadas ou com seus empregos suspensos, e os governos injetaram trilhões de dólares em suas economias para evitar maiores danos.
Recuperação para 2021
A recuperação durante 2021 é muito incerta. Uma desigualdade preocupante é observada. O Santo Padre enfatiza em sua recente carta ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional a exclusão de muitos.
Por isso, é hora de reconhecer que os mercados – especialmente os financeiros – não governam a si próprios. Os mercados devem estar amparados por leis e regulamentos que garantam o seu funcionamento.
É preciso que as finanças – ao invés de serem meramente especulativas ou financiarem a si mesmas – trabalhem pelos objetivos sociais tão necessários no contexto da atual emergência sanitária global, disse o Papa.