Santo Padre explicou que a familiaridade com Jesus é mais que ser discípulo ou amigo, é sentir-se da família de Jesus
Da Redação, com Rádio Vaticano
Na Missa desta terça-feira, 26, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco falou do conceito de família, inspirando-se no Evangelho de Lucas proposto pela liturgia do dia. Na homilia, ele destacou a familiaridade com Jesus.
Para Jesus, família são os que ouvem a Palavra de Deus e a colocam em prática. No Evangelho, é o Senhor que chama “mãe”, “irmãos” e “família” os que o circundavam e o ouviam na pregação. E isso, observou o Papa, faz pensar no conceito de familiaridade com Deus e com Jesus, que é algo a mais em relação ao ser “discípulos” ou “amigos”; “não é uma atitude formal nem educada e muito menos diplomática”, afirmou o Papa.
Antes de tudo, explicou Francisco, significa entrar na casa de Jesus, viver ali, contemplar, ser livres, ali. “Porque os filhos são os livres, os que moram na casa do Senhor são os livres, os que têm familiaridade com Ele com os livres. Os outros, usando uma palavra da Bíblia, são os ‘filhos da escrava’, digamos assim, são cristãos, mas não ousam se aproximar, não ousam ter esta familiaridade com o Senhor, e sempre há uma distância que os separa do Senhor”.
Francisco ressaltou que a familiaridade com Jesus, como ensinam os grandes Santos, também significa estar com Ele, olhá-Lo, ouvir a sua Palavra, tentar praticá-la, falar com Ele. E a palavra é oração, disse o Papa, aquela oração que pode ser feita até na rua: “Mas, Senhor, o que acha?”. “Esta é a familiaridade, não? Sempre. Os santos tinham isso. Santa Teresa, é bonito, porque diz que via o Senhor em todos os lugares, era familiar com o Senhor por todos os lados, mesmo entre as panelas na cozinha, era assim”.
Por fim, o Papa explicou que familiaridade é “permanecer” na presença de Jesus como Ele mesmo aconselha na Última Ceia ou como recorda o início do Evangelho, quando João indica: “este é o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. E André e João foram atrás de Jesus” e, como está escrito, “permaneceram, ficaram com Ele todo o dia”.
Esta é, portanto, reiterou o Papa, a atitude de familiaridade, não aquela dos cristãos que, porém, mantêm distância de Jesus. E então Francisco pede a cada um: “vamos dar um passo nesta atitude de familiaridade com o Senhor. Aquele cristão, com problemas, que vai no ônibus, no metrô e interiormente fala com o Senhor ou pelo menos sabe que o Senhor o vê, lhe está próximo: esta é a familiaridade, é proximidade, é sentir-se da família de Jesus. Peçamos esta graça para todos nós, entender o que significa familiaridade com o Senhor. Que o Senhor nos conceda esta graça”.