Francisco destacou aqueles que dizem aceitar a verdade da revelação, mas sempre encontram algum motivo para criticar o pregador
Da Redação, com Rádio Vaticano
Os cristãos “alérgicos aos pregadores” têm sempre algo a criticar, mas na realidade têm medo de abrir a porta ao Espírito Santo e se tornam tristes. Esta foi a reflexão do Papa Francisco na Missa celebrada nesta sexta-feira, 13, na Casa Santa Marta.
Francisco explicou que, no Evangelho do dia, Jesus compara a geração de seu tempo às crianças sempre descontentes, que não sabem brincar com felicidade e recusam o convite dos outros. Segundo Francisco, aquele povo não estava aberto à Palavra de Deus e recusava não a mensagem, mas o mensageiro, tendo sempre um motivo para criticar o pregador.
“E eles, o povo daquele tempo, preferia refugiar-se em uma religião mais elaborada (…) Estavam com o seu sistema bem limpo, bem feito. Mas o pregador, não. Também Jesus faz memória deles: ‘Os vossos pais fizeram o mesmo com os profetas’. O povo de Deus tem uma certa alergia pelos pregadores da Palavra: os profetas, perseguiu-os, matou-os”.
Segundo Francisco, estas pessoas dizem aceitar a verdade da revelação, mas não o pregador e a pregação. Preferem uma vida enjaulada em seus preceitos, compromissos e planos revolucionários. São cristãos que estão sempre descontentes com o que dizem os pregadores.
“Estes cristãos que são fechados, são enjaulados, estes cristãos tristes… não são livres. Por que? Porque têm medo da liberdade do Espírito Santo, que vem transmitida na pregação. E isto é o escândalo da pregação, da qual falava São Paulo: o escândalo da pregação que termina no escândalo da Cruz. Escandaliza que Deus nos fale através de homens com limites, homens pecadores: escandaliza! E escandaliza mais ainda que Deus nos fale e nos salve através de um homem que diz que é o Filho de Deus mas termina como um criminoso. Isso escandaliza”.
O Papa acrescentou que se trata, nesses casos, de cristãos tristes que não acreditam na liberdade que vem da pregação, propriamente a liberdade que faz crescer a Igreja. Concluindo a homilia, ele rezou, então, por todos esses cristãos que sempre criticam os pregadores da Verdade porque têm medo de abrir a porta ao Espírito Santo.
“Rezemos por eles e rezemos também por nós, para que não nos tornemos cristãos tristes, tirando do Espírito Santo a liberdade de vir a nós através do escândalo da pregação”.