A violência não é a cura para o mundo, reitera Papa em entrevista ao jornal italiano La Repubblica
Rádio Vaticano
“Penso que hoje o pecado se manifeste com toda a sua força destruidora nas guerras, nas várias formas de violência e maus-tratos”. Este é um trecho da entrevista que o Papa Francisco concedeu ao jornal italiano “La Repubblica”, publicada nesta quinta-feira, 13.
Na entrevista concedida ao jornalista Paolo Rodari, o Papa afirma que está vivendo esta vigília pascal pedindo com força ainda maior a paz “para este mundo submetido aos traficantes de armas que lucram com o sangue dos homens e das mulheres”.
Sobre a Quinta-Feira Santa, Francisco explica que escolheu celebrar novamente o rito do lava-pés com os detentos porque este é o mandamento de Jesus, que vale para cada um, mas sobretudo para o bispo que é o pai de todos.
“Eu respondo com a palavras de Jesus: quem não for culpado, que atire a primeira pedra. Devemos nos olhar por dentro e tentar ver as nossas culpas. Somente assim o coração se tornará mais humano.”
O Papa recorda que todos podem errar. “Todos, de um modo ou de outro, erramos. E a hipocrisia faz com que não pensemos na possibilidade de mudar de vida: há pouca confiança na reabilitação, na reinserção na sociedade.”
A violência destrói o mundo
Quanto à violência, Francisco afirma: “Penso que hoje o pecado se manifeste com toda a sua força destruidora nas guerras, nas várias formas de violência e maus-tratos, no abandono dos mais frágeis. Quem paga a conta são sempre os últimos, os inermes. Não é fácil saber se o mundo é mais ou menos violento do que no passado, nem se os meios de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época nos tornam mais conscientes da violência ou indiferentes a ela”.
“Já disse várias vezes e repito: a violência não é a cura para o nosso mundo fragmentado. Responder à violência com a violência conduz, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e imensos sofrimentos. No pior dos casos, pode levar à morte, física e espiritual, de muitos, senão de todos”.