Patriarca Karekin II foi recebido por Francisco hoje de manhã. Santo Padre falou do ecumenismo e do sofrimento como sementes da unidade
Jéssica Marçal
Da Redação
Um momento de fraternidade e oração. Assim foi o encontro do Papa Francisco com o Patriarca da Igreja Apostólica Armênia, Karekin II, nesta quinta-feira, 8, no Vaticano .
Francisco recordou a ligação entre a Igreja Católica e a Igreja Apostólica Armênia, em especial com os acontecimentos dos últimos anos. Como exemplo, ele citou a viagem de João Paulo II à Armênia, em 2001, e a presença do Patriarca Karekin II, no Vaticano, em 2008, na visita oficial a Bento XVI; e, em 2013, no início do ministério petrino de Francisco.
O evento que o Pontífice destacou foi a participação do Patriarca na comemoração das Testemunhas da Fé do século XX, no contexto do grande jubileu de 2000. Francisco lembrou que muitos discípulos derramaram seu sangue por Cristo, martírio que atingiu tantos filhos armênios. “O testemunho deles, trágico e alto ao mesmo tempo, não deve ser esquecido”.
O sofrimento passado por esses cristãos, nos últimos tempos, segundo Francisco, contribuiu também, de forma única e inestimável, para a unidade entre os discípulos de Cristo. Assim como na Igreja antiga o sangue dos mártires tornou-se semente de novos cristãos, o Papa disse que, hoje, o sangue de muitos cristãos tornou-se semente de unidade.
“O ecumenismo do sofrimento, o ecumenismo do martírio, o ecumenismo do sangue é um poderoso convite a caminhar pela estrada da reconciliação entre as Igrejas, com decisões e confiante abandono à ação do Espírito. Sintamos o dever de percorrer este caminho de fraternidade também por débito de gratidão que temos com o sofrimento de tantos irmãos nossos”.
O Santo Padre encerrou seu discurso agradecendo o apoio dado pelo Patriarca ao diálogo ecumênico. Ele pediu que uns rezem pelos outros. “Possa o Espírito Santo nos iluminar e nos guiar rumo ao dia tão esperado em que poderemos partilhar a mesa eucarística”.