Deus sempre escuta a oração que vem do coração, diz Papa

“As orações sempre chegam à glória de Deus, sempre, quando vêm do coração”, disse Papa Francisco

Da Redação, com Rádio Vaticano

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“Lamentar-se diante de Deus não é um pecado. O Senhor ouve, escuta as nossas lamentações”, explica Francisco (Foto: Arquivo L’Osservatore Romano)

Como todas as manhãs, o Papa Francisco celebrou nesta quarta-feira, 5, a Missa na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.

Em sua homilia, comentou a história de Tobit e de Sara, da primeira leitura do dia (cf. Tb 3,1-11a.16-17a), que vivem situações dramáticas. Tobit fica cego, colocando em risco a própria vida. Sara casa com sete homens que morrem na noite de núpcias. Eles se lamentam, mas não blafesmam:

“Lamentar-se diante de Deus não é um pecado. O Senhor ouve, escuta as nossas lamentações. Pensemos em Jó, que diz: ‘Maldito o dia em que vim ao mundo…’ (Jó 3,3). Também Jeremias, no capítulo 20: ‘Maldito o dia…’. Lamentam-se inclusive com uma maldição, mas não ao Senhor, mas àquela situação”, recordou o Papa.

Isso é humano, afirmou o Pontífice. Há tantas situações trágicas, como crianças desnutridas, refugiados, doentes terminais. Mas, de acordo com Francisco, a essas pessoas devemos pensar com a nossa carne, com o nosso coração; e não de maneira acadêmica, com as estatísticas, mas sim humana.

Nesses casos, é preciso fazer o que diz Jesus: “Rezar por elas. Elas devem entrar no meu coração, devem ser uma inquietação para mim: o meu irmão sofre, a minha irmã sofre. Eis o mistério da comunhão dos Santos: rezar ao Senhor. Rezar, permitam-me dizer, com a carne: que a nossa carne reze. Não com as ideias. Rezar com o coração”.

Mesmo pedindo para morrer, as orações de Tobit e Sara se dirigem ao Senhor, nos dão esperança porque foram de alguma maneira acolhidas por Deus, que cura Tobit e dá finalmente uma marido a Sara. “As orações sempre chegam à glória de Deus, sempre, quando vêm do coração”, afirmou.

Por fim, Francisco convidou a rezar por quem vive situações dramáticas e sofrem tanto e como Jesus na Cruz, que gritam: ‘Pai, por que me abandonaste?’. “Rezemos para que a nossa oração chegue e seja um pouco de esperança para todos nós”.

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