Francisco acolheu os peregrinos italianos do Caminho de Santiago de Compostela, na manhã desta quinta-feira, 19, na Basílica de São Pedro
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco acolheu, na manhã desta quinta-feira, 19, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, um expressivo grupo de peregrinos italianos do Caminho de Santiago de Compostela (cerca de 5 mil), cuja peregrinação é organizada pela Obra Padre Guanella.
Francisco expressou sua alegria em dar as boas-vindas, junto ao Túmulo de São Pedro, aos peregrinos do Caminho de Santiago, saudando, entre outros, o superior geral dos Padres Guanellianos e os membros da Família Guanelliana, que há quase quinze anos trabalham naquela Igreja da Galícia, tanto em Santiago como em Finisterra, para dar acolhida espiritual aos peregrinos. “E vós, peregrinos, sois a prova viva do compromisso apostólico deles”, ressaltou.
Em seu discurso, o Santo Padre os encorajou nesse apostolado de evangelização e cuidado. Ele frisou que os antigos peregrinos ensinam que das peregrinações cristãs se retorna como apóstolo.
Caminho vivido em silêncio permite escutar
Francisco observou ser interessante ver como cresceu o número dos peregrinos a Santiago nestes últimos trinta anos.
“Esse crescimento numérico é muito positivo e, ao mesmo tempo, levanta uma séria questão: as pessoas que fazem o Caminho de Santiago estão fazendo uma verdadeira peregrinação? Essa é a pergunta que devemos responder. Ou se trata de outra coisa? Ou obviamente, há experiências diferentes, mas a pergunta nos faz refletir”, frisou.
A peregrinação cristã aos Túmulos dos Apóstolos pode ser reconhecida por três sinais, indicou o Papa. O primeiro é o silêncio. O caminho vivido em silêncio, refletiu o Santo Padre, permite escutar com o coração e, assim, encontrar, enquanto se caminha, através do cansaço, as respostas que o coração procura.
Ele ressaltou que Deus fala no silêncio, como uma brisa suave, convidando todos a lembrarem a história de Elias (cf. 1Rs 19,9-13).
Ter sempre consigo um Evangelho de bolso
Em segundo lugar, o Evangelho. “Ter sempre no bolso o Evangelho”, frisou o Pontífice. “A peregrinação é feita relendo o caminho que Jesus fez, até o extremo dom de Si mesmo. O caminho é tanto mais verdadeiro, tanto mais cristão, quanto mais leva a sair de si mesmo e a se doar livremente, a serviço do próximo. E é isso que o Espírito Santo faz quando lemos o Evangelho todos os dias”.
A esse ponto, Francisco explicou como se dá essa presença do Espírito Santo: “quando lemos o Evangelho, há alguém ao nosso lado. É o Espírito Santo. É Ele que nos faz entender bem isso que o Evangelho faz. E Ele faz isso, o Espírito Santo”.
Estar atentos aos outros
O terceiro elemento é denominado pelo Papa como “protocolo de Mateus 25”: “O que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,40). O silêncio, o Evangelho e o bem, mesmo às pessoas mais pequeninas, às pessoas mais desfavorecidas, reiterou.
O Santo Padre seguiu frisando que, ao longo do caminho, é preciso estar atento ao outro, especialmente àqueles que mais lutam, aos que caíram, aos necessitados. “São Luís Guanella dizia que o objetivo da vida de um crente é fazer com que ninguém seja deixado para trás.”
Por fim, ele desejou que a Sagrada Família de Nazaré, peregrina na Palestina, seja um exemplo neste tempo de espera.