Na Missa de hoje, Papa falou sobre o choro de Deus diante de tantas calamidades como guerras e assassinatos de crianças
Rádio Vaticano
Deus chora hoje diante das calamidades naturais, das guerras que eclodem para “adorar ao deus dinheiro”, das crianças assassinadas. Esta foi uma das reflexões do Papa na missa da manhã desta quinta-feira, 27, na Casa Santa Marta.
“Deus chora hoje”, ressaltou Francisco, pela humanidade que não entende “a paz que Ele nos oferece, a paz do amor”.
No Evangelho do dia, Jesus chama Herodes de “raposa”, depois que alguns fariseus disseram que ele o queria matar. E fala aquilo que acontecerá: “se prepara à morte”. Jesus então se dirige à “Jerusalém fechada”, que mata os profetas que a ela foram enviados.
A seguir, Jesus muda o tom, destaca o Papa, e começa a falar com ternura, a ternura de Deus. Jesus olha para o seu povo, olha para a cidade de Jerusalém. Naquele dia, chorou sobre Jerusalém.
“Aquele choro de Jesus não é o choro de um amigo diante da tomba de Lázaro, não: aquele é o choro de um amigo diante da morte de outro. Este é o choro de pai, de um pai que chora: é Deus Pai que chora aqui na pessoa de Jesus”.
“Quantas vezes tive que reunir os teus filhos como a galinha acolhe seus pintinhos sob as asas e vocês não quiseram! Alguém disse que Deus se fez homem para poder chorar, chorar aquilo que fizeram a seus filhos”.
Pai que chora
Enquanto o choro diante da tomba de Lázaro é aquele do amigo, este é o choro do Pai, diz Francisco. E o pensamento do Papa vai ao Pai do filho pródigo, quando o filho lhe pede a herança e vai embora.
“Aquele pai está seguro, não procurou os vizinhos para dizer: “Olha o que me aconteceu! O que este pobre desgraçado me fez! Mas eu amaldiçoo este filho…”. Não, não fez isso. Tenho certeza, talvez tenha ido chorar sozinho”.
“Por que o Evangelho não diz isso, diz quando o filho o viu de longe: isto significa que o pai sempre subia até a varanda de onde se via o caminho para ver se o filho retornava. E um pai que faz isso é um pai que vive no pranto, esperando que o filho volte. Este é o choro de Deus Pai. E com este choro, o Pai recria no seu Filho toda a criação”.
Paz do amor
Deste ponto, o Papa refletiu também sobre o momento em que Jesus com a cruz vai ao Calvário: às mulheres que choravam, diz para que não chorem por Ele, mas por seus próprios filhos. Portanto, um “choro de pai e de mãe que Deus também hoje chora”.
“Também hoje diante das calamidades, das guerras que eclodem para ‘adorar ao deus dinheiro’, dos tantos inocentes mortos pelas bombas lançadas pelos adoradores do ídolo dinheiro, também o Pai chora, também hoje diz: ‘Jerusalém, Jerusalém, filhos meus, o que estão fazendo?’ E o diz às pobres vítimas e também aos traficantes de armas e a todos aqueles que vendem a vida das pessoas. Nos fará bem pensar que o nosso Deus Pai se fez homem para poder chorar; e nos fará bem pensar que nosso Deus Pai hoje chora: chora por esta humanidade que não consegue entender a paz que Ele nos oferece, a paz do amor”.