Mensagem

Destrutividade humana deve ser curada e erradicada pela raiz, frisa Papa

Em mensagem ao Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana, por ocasião dos 50 anos de sua fundação, Francisco analisa o presente e o que está ocorrendo na Ucrânia

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco /Foto: Daniel Ibanez – CNA

Diante da profunda crise antropológica e de sentido que o mundo está atravessando, “a Igreja tem o dever de responder de forma adequada e eficaz”. Foi que escreveu o Papa Francisco na Mensagem enviada ao Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana que, com a conferência internacional e interdisciplinar “Adão, onde você está? A questão antropológica de hoje”, está celebrando o 50º aniversário de sua fundação.

O evento visa analisar como os desafios de hoje – incluindo a globalização, as novas tecnologias, a crise ecológica, o pós-humano – afetam a pessoa humana e sua dignidade transcendente, e se a Igreja será capaz de responder de forma criativa em vista do futuro. Tudo isso de uma perspectiva psicológica, filosófica, teológica e sociológica.

A guerra é a pior consequência da destrutividade humana

Analisando o presente, o Pontífice comentou sobre que está ocorrendo na Ucrânia e define “a imensa tragédia da guerra que está ocorrendo diante de nossos olhos, ‘a pior consequência da destrutividade humana, tanto individual quanto sistêmica, que não é levada a sério o suficiente e não é devidamente cuidada e erradicada pela raiz'”.

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O Santo Padre afirmou que há necessidade de “aprender a dizer não ao mal”, de “levantar os feridos ou ofendidos em sua dignidade” e de “formar pessoas capazes de forjar formadores com uma sólida preparação antropológica”. É por isso que a Igreja continua esperando do Instituto “um serviço de qualidade baseado no conhecimento da psicologia com contribuições da teologia e da filosofia”.

“Sua missão está a serviço da promoção da pessoa humana e do contínuo processo de evangelização”, acrescentou o Pontífice, “que se realiza traduzindo na existência humana concreta o dom supremo da Redenção realizada pelo Senhor Jesus Cristo”.

A abordagem interdisciplinar no cuidado pastoral dos fiéis

Francisco lembrou que o Instituto de Psicologia nasceu “na onda da atualização eclesial iniciada pelo Concílio Vaticano II, que na Gaudium et spes, exortou, no cuidado pastoral, a fazer uso não só dos princípios da teologia, mas também das descobertas das ciências profanas, antes de tudo da psicologia e da sociologia, para que os fiéis possam ser conduzidos a uma vida de fé mais pura e mais madura”.

Em seus 50 anos de história, prosseguiu o Papa, o Instituto tem perseguido “com coragem a abordagem interdisciplinar no cuidado pastoral dos fiéis, tanto no campo da pesquisa e numerosas publicações, como na prática pastoral e formativa”. E “seguindo o princípio inaciano da cura personalis”, preparou “especialistas capazes de integrar a espiritualidade e a psicologia nas atividades apostólicas e educacionais, em diferentes contextos geográficos e culturais da Igreja”.

Mais de mil e quinhentas pessoas, homens e mulheres, de várias culturas em diferentes continentes, em colaboração com o Instituto, deram origem a cerca de quinze centros especializados para formadores em diferentes regiões da África, América Latina, Ásia e Europa.

A serviço da Igreja que está em saída

A conferência com a qual o Instituto de Psicologia está celebrando meio século de atividade quer partir da herança do passado para enfrentar os desafios do futuro, ressaltou o Santo Padre, destacando que o tema escolhido, “na situação atual do mundo ressoa com grande força, nos questiona, nos sacode e nos convida a um sério exame de consciência e à conversão”.

Por fim, o Pontífice fez votos que “as celebrações do 50º aniversário do Instituto de Psicologia da Gregoriana renovem o compromisso com a pesquisa, o ensino e o cuidado das pessoas”, para que professores e estudantes estejam “a serviço da Igreja em saída em direção das periferias existenciais dos homens e mulheres de hoje, na diversidade de suas culturas, mas unidos pela necessidade de apoio e impulso para enfrentar as dificuldades e desafios da vida”.

Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana

Fundado em 1971, o Instituto de Psicologia da Gregoriana tem como objetivo preparar especialistas que integrem as dimensões espiritual e psicológica nas atividades apostólicas e educacionais a eles confiadas em seus próprios contextos geográficos e culturais.

Hoje, seus aproximadamente 600 ex-alunos trabalham como instrutores e educadores e em outras funções responsáveis em todo o mundo. Respondendo ao convite do Concílio Vaticano II para fazer uso das ciências, ‘principalmente da psicologia e da sociologia’, para purificar e amadurecer a vida de fé”, o Instituto pretende oferecer uma visão da pessoa que, levando em conta os valores cristãos e a importância das motivações subconscientes, se apresenta como uma base sólida na tarefa de ajudar os outros a crescerem em sua vocação.

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