Ao celebrar o Domingo da Palavra de Deus, Francisco abordou, na homilia, aspectos da relação do cristão com o Evangelho no dia a dia
Da Redação, com Vatican News
Regressar com alegria às nascentes da fé, que brotam da escuta de Jesus, exortou o Papa Francisco durante a homilia da celebração presidida neste domingo, 21. Nela, foi comemorado o Domingo da Palavra de Deus, na Basílica de São Pedro.
O Pontífice destacou a força da Palavra do Senhor, pois dela irradia o Espírito Santo. “A Palavra atrai a Deus e envia aos outros: tal é o seu dinamismo. Não nos deixa fechados em nós mesmos, mas alarga o coração, faz inverter o rumo, altera os nossos hábitos, abre novos cenários, desvenda inesperados horizontes”, expressou.
Da mesma forma que os discípulos, que deixaram suas redes ao acolher as palavras de Jesus, também cada pessoa é chamada a segui-lo e encontrar-se com o outro. “A Palavra suscita a missão, faz-nos mensageiros e testemunhas de Deus em um mundo cheio de palavras, mas sedento daquela Palavra com maiúscula que muitas vezes ignora”, prosseguiu o Santo Padre, enfatizando que a Igreja “é chamada por Cristo, atraída por Ele, e é enviada ao mundo para dar testemunho d’Ele”.
Acolher a Palavra de Deus
Francisco também reiterou que não se pode prescindir da Palavra de Deus, citando que ela foi decisiva para as testemunhas da Boa Nova ao longo da história. Entre outros santos, ele recordou Santa Teresinha do Menino Jesus (que descobriu a sua vocação lendo as Cartas de São Paulo) e São Francisco de Assis (que, em oração, lê no Evangelho que Jesus envia os discípulos a pregar e descobre que é esse seu desejo).
Diante disso, o Papa perguntou por que várias pessoas não têm essa experiência. Respondendo, ele indicou que é preciso não ser “surdo à Palavra”. “Este é o nosso risco: arrastados por mil palavras, passa-nos por cima também a Palavra de Deus (…). ‘A leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração, para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem’. Não esqueçamos as duas dimensões fundamentais da oração cristã: a escuta da Palavra e a adoração do Senhor”, exortou Francisco.
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Aproximando-se da conclusão de sua homilia, o Pontífice propôs aos fiéis algumas perguntas para refletir. Entre elas, questionou que lugar cada um reserva para a Palavra de Deus onde mora e se já leu algum dos quatro Evangelhos por inteiro. “O Evangelho é o livro da vida, é simples e breve, mas muitos crentes nunca leram um do começo ao fim”, alertou.
Por fim, ele citou a Escritura, afirmando que Deus é “o próprio autor da beleza”. “Deixemo-nos conquistar pela beleza que a Palavra de Deus traz à vida”, exortou o Santo Padre.
Papa confere ministérios
Durante a celebração, o Papa Francisco conferiu os ministérios do Leitorado e de Catequista a onze leigos. Entre eles estavam duas brasileiras: Maria Erivan da Silva, da Arquidiocese de Fortaleza (CE) foi instituída catequista, enquanto Ilza Costa, da Diocese de Ji-Paraná (RO) recebeu o ministério do Leitorado. Além do Brasil, foram representados pelos outros fiéis Bolívia, Coreia, Chade, Alemanha e Antilhas.