“Aqueles que procuram a vida precisam olhar para a promessa e para a sua realização em Cristo”, disse Francisco na Catequese desta quarta-feira, 11
Da redação, com Vatican News
Na Audiência desta quarta-feira, 11, o Papa Francisco continuou suas catequeses sobre a Carta aos Gálatas. O tema de hoje foi: “Por que, então, a Lei?”. “Esta é a questão que, seguindo São Paulo, queremos aprofundar hoje, a fim de reconhecer a novidade da vida cristã animada pelo Espírito Santo”, explicou o Pontífice.
O Santo Padre pontuou que quando Paulo fala da Lei refere-se normalmente à Lei mosaica, à lei de Moisés, aos Dez Mandamentos. A Lei estava relacionada com a Aliança que Deus tinha estabelecido com o seu povo.
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A Lei, segundo vários textos do Antigo testamento, é a coleção de todas as prescrições e regras que os israelitas devem observar, em virtude da Aliança com Deus, comentou Francisco. “A observância da Lei garantiu ao povo os benefícios da Aliança e o vínculo especial com Deus”.
“A ligação entre Aliança e Lei era tão estreita que as duas realidades eram inseparáveis. A lei é a expressão que uma pessoa, um povo está em aliança com Deus”, frisou.
Intuições de Paulo sustentado pela graça
Por isso, observou Francisco, é fácil compreender como os missionários tinham se infiltrado entre os Gálatas. Eles tiveram uma boa oportunidade de reivindicar que a adesão à Aliança também implicava a observância da Lei de Moisés.
O Papa explicou que o foco da questão é precisamente sobre este ponto. “Podemos descobrir a inteligência espiritual de São Paulo e as grandes intuições que ele expressou, sustentado pela graça que recebeu para sua missão evangelizadora”.
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O Apóstolo explica aos Gálatas que, na realidade, a Aliança e a Lei não estão ligadas de modo indissolúvel, afirmou o Pontífice. “A Aliança estabelecida por Deus com Abraão estava fundamentada sobre a fé no cumprimento da promessa e não sobre a observância da Lei, que ainda não existia. Pois se a herança se obtivesse pela Lei, já não proviria da promessa.”
Desta forma, Paulo alcançou um primeiro objetivo: “a Lei não é a base da Aliança porque veio mais tarde”.
Viver no Espírito Santo que liberta da Lei
Dito isso, o Santo Padre explicou que não se deve pensar que São Paulo era contra a Lei mosaica. Várias vezes nas suas Cartas, ele defendeu a sua origem divina. O Papa afirmou que a Lei desempenha um papel muito específico na história da salvação.
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“No entanto, a Lei não dá vida, não oferece o cumprimento da promessa, pois não está em condições de a poder cumprir. Aqueles que procuram a vida precisam olhar para a promessa e para a sua realização em Cristo.”
Por fim, Francisco ressalta que esta primeira exposição do Apóstolo aos Gálatas apresenta a novidade radical da vida cristã. “Todos aqueles que têm fé em Jesus Cristo são chamados a viver no Espírito Santo, que liberta da Lei e, ao mesmo tempo, leva-a a cumprimento segundo o mandamento do amor”.
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“Isso é muito importante, a lei nos leva a Jesus. Mas alguns de vocês podem me dizer: ‘Mas, Padre, uma coisa: isto significa que se eu rezar o Credo, não tenho que cumprir os mandamentos’? Não, os mandamentos são atuais no sentido de que são ‘pedagogos’ que levam você ao encontro com Jesus, mas se você deixar de lado o encontro com Jesus e quiser dar maior importância aos mandamentos, este foi o problema destes missionários fundamentalistas que se intrometiam entre os Gálatas para desorientá-los. Que o Senhor nos ajude a ir adiante no caminho dos mandamentos, mas olhando o amor de Cristo com o encontro com Cristo, sabendo que o encontro com Jesus é mais importante do que todos os mandamentos”.