Secretaria de Estado do Vaticano emitiu comunicado criticando as especulações da mídia durante renúncia do Papa e Conclave
Da redação, com Rádio Vaticano
Foto: Rádio Vaticano
A Secretaria de Estado do Vaticano divulgou neste sábado, 23, um comunicado sobre a qualidade da informação, diante de inúmeras notícias que têm circulado nos últimos dias na imprensa quanto à idoneidade ou não de membros do Colégio cardinalício, e não só, de desempenharem o trabalho que lhes cabe neste momento da história da Igreja.
O comunicado chama de “deplorável” a multiplicação de notícias sem averiguação, não averiguáveis ou até mesmo falsas, veiculadas pelos meios de comunicação de massa. Informações que, segundo a secretaria, tem grave consequência a pessoas e instituições, especialmente nos dias em que se aproxima o Conclave.
De acordo a Secretaria de Estado, no momento vivido pela Igreja, os católicos devem concentrar-se na oração pelo Papa Bento XVI; pedir para que o Espírito Santo ilumine o Colégio dos Cardeais; rezar pelo futuro Pontífice, na certeza “de que o rumo da barca de Pedro está nas mãos de Deus.”
Leia o comunicado na íntegra:
“A liberdade do Colégio Cardinalício, ao qual compete prover, a norma de direito, à eleição do Romano Pontífice, sempre foi corajosamente defendida pela Santa Sé, como garantia de uma escolha que seja baseada em avaliações visando unicamente o bem da Igreja.
No decorrer dos séculos, os Cardeais tiveram que enfrentar múltiplas formas de pressão, exercitadas sobre os eleitores singularmente e sobre o próprio Colégio, que tinham como finalidade condicionar as decisões, submetendo-as a lógicas de tipo político ou mundano.
Se no passado foram as chamadas potências, ou seja, os Estados, que tentavam fazer valer o próprio condicionamento na eleição do Papa, hoje se tenta colocar em jogo o peso da opinião pública, muitas vezes com base em avaliações que não colhem o aspecto tipicamente espiritual do momento que a Igreja está vivendo.
É deplorável que, com o aproximar-se do tempo em que terá início o Conclave e os Cardeais eleitos deverão, em consciência e diante de Deus, expressar em plena liberdade a própria escolha, se multiplique a difusão de notícias muitas vezes não averiguadas, ou não averiguáveis, ou até mesmo falsas, inclusive com grave consequência a pessoas e instituições.
Nunca como nesses momentos, os católicos se concentram sobre aquilo que é essencial: rezam pelo Papa Bento XVI, rezam para que o Espírito Santo ilumine o Colégio dos Cardeais, rezam pelo futuro Pontífice, confiantes de que o rumo da barca de Pedro está nas mãos de Deus.”