Santo Padre disse que encontrou na Coreia uma igreja jovem e animada pelo espírito missionário
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco retomou, nesta quarta-feira, 20, a tradicional catequese com os fiéis, que não foi realizada na semana passada devido à sua viagem à Coreia do Sul. Na Sala Paulo VI, ele falou para mais de oito mil pessoas sobre sua recente viagem ao continente asiático.
O Santo Padre esteve na Coreia de 14 a 18 de agosto. Ele relatou aos fiéis o que encontrou lá: uma igreja jovem, fundada no testemunho dos mártires e animada pelo espírito missionário.
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Para Francisco, essa viagem apostólica se condensa em três palavras: memória, esperança e testemunho. No contexto coreano, a Igreja é guardiã da memória e da esperança.
“É uma família espiritual onde os adultos transmitem aos jovens a chama da fé recebida por seus antepassados; e a memória das testemunhas se torna um novo testemunho no presente e esperança do futuro”, explicou. Segundo o Papa, esse foi o enfoque dos principais eventos da viagem: a beatificação dos 124 mártires coreanos e o encontro com os jovens por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude.
O papel primário desempenhado pelos leigos na Igreja coreana desde os seus primórdios não passou despercebido por Francisco. Ele contou aos fiéis que a comunidade cristã na Coreia não foi fundada por missionários, mas por um grupo de jovens coreanos do século XVIII que, fascinados por alguns escritos cristãos, os estudaram e os adotaram como regra de vida.
“Um deles foi enviado a Pequim para receber o batismo; na volta, batizou seus companheiros. A partir desse primeiro núcleo, desenvolveu-se uma grande comunidade que, desde o início e durante cem anos, sofreu violentas perseguições e teve milhares de mártires. Deste modo, a Igreja coreana se baseia na fé, no engajamento missionário e no martírio dos leigos”.
O Papa continuou recordando: “Assim como os primeiros cristãos coreanos praticaram o amor fraterno que supera toda diferença social, encorajei os cristãos de hoje a serem generosos com os mais pobres e excluídos”.
Concluindo a catequese, Francisco afirmou que a história da fé na Coréia demonstra que Cristo não anula as culturas, não cancela o caminho dos povos que buscam a verdade e praticam o amor a Deus e ao próximo. Cristo não extingue o que é bom, mas o completa.
“Cristo combate e derrota o maligno, que semeia a discórdia entre os homens e entre os povos, que provoca exclusão em favor da idolatria do dinheiro; que espalha veneno no coração dos jovens. Isso sim, Jesus Cristo o combateu e o venceu com o seu sacrifício de amor. E se permanecermos n’Ele, em Seu amor, nós também, como os mártires, poderemos viver e testemunhar Sua vitória. Com essa fé, rezemos por todos os filhos e filhas da Península Coreana que sofrem as consequências de guerras e divisões, para que possam realizar um caminho de fraternidade e plena reconciliação”.
Pedindo a intercessão de Maria para que acompanhe o caminho do homem, o Papa concedeu a sua bênção a todos, pedindo paz e prosperidade para os coreanos.