CATEQUESE

Papa: o vento sopra onde quer, não pode ser contido

Na segunda catequese do ciclo “O Espírito e a Esposa”, Francisco refletiu sobre nome e pessoa do Espírito Santo na Bíblia e destacou liberdade do Ruah

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco acena para fiéis na Audiência Geral desta quarta-feira, 5 / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

“O vento sopra onde quer. Onde há o Espírito de Deus, há liberdade”. Este foi o tema da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 5, durante a Audiência Geral realizada na Praça de São Pedro no Vaticano.

Na segunda catequese do ciclo de reflexões “O Espírito e a Esposa”, iniciado na semana passada, o Pontífice apontou que o “Espírito Santo” é a “versão latinizada” do nome da terceira pessoa da Trindade. Os primeiros destinatários da revelação o conheceram como Ruah, que significa sopro, vento, respiro.

O Santo Padre observou que, na Bíblia, o nome é tão importante que quase se identifica com a própria pessoa. Nesse contexto, indicou que o termo Ruah contém a primeira revelação fundamental sobre a pessoa e a função do Espírito Santo.

“Foi justamente observando o vento e suas manifestações que os escritores bíblicos foram guiados por Deus para descobrir um ‘vento’ de natureza diferente. Não é por acaso que, no Pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos acompanhado pelo ‘ruído de uma forte rajada de vento’, expressou Francisco.

Liberdade do Espírito

Tal imagem, prosseguiu, expressa o poder do Espírito Santo. “Com efeito, o vento é uma força avassaladora e indomável”, afirmou o Papa, acrescentando ainda uma outra característica destacada pelo próprio Jesus – a liberdade.

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“O vento é a única coisa que absolutamente não pode ser contida, não pode ser ‘engarrafado’ ou encaixotar. Tentamos ‘engarrafar’ ou encaixotar o vento, mas não é possível: é livre. Pretender encerrar o Espírito Santo em conceitos, definições, teses ou tratados, como o racionalismo moderno às vezes tentou fazer, significa perdê-lo, anulá-lo ou reduzi-lo ao espírito puramente humano, um espírito simples”, declarou o Pontífice.

Neste sentido, alertou para uma “tentação” semelhante no campo eclesiástico de querer encerrar o Espírito Santo em cânones, instituições ou definições. “O Espírito cria e anima as instituições, mas Ele mesmo não pode ser ‘institucionalizado’”, afirmou, “o vento sopra ‘onde quer’, por isso o Espírito distribui os seus dons ‘conforme lhe apraz’”.

Liberdade no Espírito

“Essa é uma liberdade que se expressa no que parece ser o seu oposto, se expressa no serviço, e no serviço existe a verdadeira liberdade.”
– Papa Francisco

Um cristão livre é aquele que tem o Espírito do Senhor, ressaltou o Santo Padre. “Não é liberdade para fazer o que quiser, mas liberdade para fazer livremente o que Deus quer! Não liberdade para fazer o bem ou o mal, mas liberdade para fazer o bem e fazê-lo livremente, isto é, por atração, não por coerção. Em outras palavras, liberdade como filhos, não como escravos”, exprimiu.

“Peçamos a Jesus que nos torne, através do seu Espírito Santo, homens e mulheres verdadeiramente livres. Livres para servir no amor e na alegria”, concluiu o Papa.

No vídeo acima, reportagem de Danúbia Gleisser e Leonardo Vieira

 

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